O fim do radinho
Qual o futuro do rádio? E falo do radinho de pilha, do hábito de ouvir rádio em boa parte do dia e não de ouvir música. O rádio generalista, o viciado que não consegue desgrudar dele.
E vou mais longe: pegue seus filhos e a turma dele, os filhos dos vizinhos, a gurizada em geral, e veja se algum deles tem o mesmo hábito que você tinha, ou ainda tem, de ouvir entrevistas, notícias etc. Um que outro ouve jogos do seu time. Mas a geração Y por acaso ouve rádio? Não. Nem a Y nem a Z, o que venha depois dela.
As garotas nunca foram de curtir radinho já no nosso tempo. Hoje, periga nem saber onde é que se compra um. E a rapaziada mais madurinha, em torno dos 28 anos, veja no seu círculo quantos têm um no bolso ou na mão. Nem em casa. E pior: quantas lojas ainda vendem radinho de pilha? Precisa garimpar para achar uma.
O rádio tem que se reinventar. Fala quem foi comentarista da Band por 13 anos. As fórmulas cansaram – repito, fora o futebol – ou os atores ou foram despedidos e deram lugar a quem não é do ramo, gente sem molho nas palavrinhas. Quem curte radinho são os quarentões em diante. Ou morre ou se adapta ou se ouve apenas em narrativas de tragédias, e até isso já é substituído pela TV no celular.