O estouro da boiada

10 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O estouro da boiada

Segundo a teoria geralmente aceita, o Universo teve origem em um pequeno ponto extremamente quente e pesado. Por razões desconhecidas o ponto fez BANG! E espalhou-se por todas as direções. Em uma fração de segundo, estrelas, planetas, satélites saíram tal como estouro da boiada Isso foi em torno de 13,7 bilhões de anos atrás, com margem de erro de 0,2 bilhão para menos e para mais, o que inspirou as pesquisas eleitorais. Desde então, tudo está indo cada vez mais longe, a tal ponto que nem sabemos o nosso tamanho, a casa que chamamos de Cosmos.

Imagem: Freepik

O PONTO DE FREADA

Assim como os pilotos de F1 tem um ponto exato para frear em uma curva depois de um bom tempo de aceleração, cientistas procuraram e ainda procuram saber se a reta dos boxes foi prolongada ad infinitum ou se a Curva 1 está logo à frente. “Logo à frente” seriam centenas e até bilhões de anos. Isso se chama entropia. Então, depois da expansão vem a redução, a marcha-a-ré?

HAMILTON NÃO PISA NO FREIO

Há quem sustente que o movimento do Universo em sentido contrário fatalmente acontecerá. Em síntese, se estamos mesmo em uma alucinante corrida rumo ao nada, os corpos celestes ficarão tão distante uns dos outros que morrerão de frio. Nosso rico solzinho sifu mais dia menos dia. Esse raciocínio é um ponto de partida para quem acredita na possibilidade de viagem no tempo. Para trás, no caso.

AS LATINHAS DE ALUMÍNIO

Seria como ver um vídeo de trás para a frente. Voltaremos para o estágio pré-Big Bang, até que um dia alguém ou alguma coisa dirá Fiat Lux! E tudo recomeçará. É uma boa explicação para a criação do Cosmos – ele vai e volta. Mais ou menos como reciclar lata de alumínio.

A CRIAÇÃO DO BRASIL

De certa forma, é a história do Brasil. Éramos apenas um ponto enigmático em algum lugar longe de Portugal até que Pedro Álvares Cabral se mandou com seu barquinho, já de olho na bossa nova. Acompanhou-o Vaz e Caminha, já de olho na fabricação de uma extensa teia burocrática. Foi o nosso Big Bang. Dalí em diante, fomos crescendo até que a economia ia bem, apesar dos trancos e barrancos, especialmente no Império até especialmente com Dom Pedro II. Alargávamos nosso universo.

AOS TRANCOS E BARRANCOS

Fomos indo ora para cima, ora para os lados e ora para baixo, choque que gerou revoluções e golpes de toda ordem, sempre com apoio ou combate dos meios castrenses, os militares. Veio um baixinho chamado Getúlio Vargas que criou a ditadura, até elogiou A Alemanha nazista e é descrito como um homem de esquerda. E hoje cá estamos com a economia do jeito que está. É apenas continuação das crises dos anos 1960 em diante. Terminou a entropia, começou a retração do Universo Brasil. Marcha-a-ré engatada.

MISSÃO IMPOSSÍVEL

O Brasil não dá certo por causa da Cultura Brasil. Queremos tudo sem trabalhar, e a consequência óbvia foi a malfada Constituição de 88. Não fomos feitos para o trabalho e fora dos pontos fora da curva não somos do ramo. Não sabemos negociar e achamos que somos malandros. Em deterioração cultural, sem leituras e sem memória – e cada vez mais obesos –  voltaremos a ser um ponto brilhante e enigmático à espera de um Cabral e um escrivão.

UTILIDADE PÚBLICA

Estado vai ampliar o acesso de pacientes ao que há de mais moderno no combate ao câncer. O Hospital Moinhos de Vento investiu R$ 8 milhões na ampliação do Centro de Oncologia e na compra de um novo acelerador linear TrueBeam. O nome é complicado, mas o resultado não: rigor milimétrico no tratamento de tumores, reduzindo a dor e os danos a tecidos sadios.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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