O empreendedor de resíduos

3 dez • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O empreendedor de resíduos

Na apresentação do Manual de Investimentos 2019 do Jornal do Comércio, um dos palestrantes foi o diretor-presidente da CMPC, Maurício Harger, que contou uma boa história sobre como transformar limão em limonada. Mensalmente, ele promove um café da manhã aberto a todos os funcionários MENOS para os chefes, para evitar inibições. Então, ele ouve críticas e sugestões dos funcionários da fábrica de celulose. Certa feita, contou, apareceu um estagiário curioso, mochila nas costas, que levou um papo com Maurício.

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O rapaz queria entender todo o processo produtivo de uma indústria de celulose, ainda mais uma planta exemplar como a de Guaíba (RS), que gera um mínimo de resíduos. No pátio fica esse 0,03% de resíduos de madeira não varridos. Pois papo vai, papo vem, o rapaz acabou criando uma pequena indústria, que coleta e transforma em composto esses resíduos,  que serve para fazer cercas e decks de piscinas, entre outras utilidades.

APLAUSOS NA DISNEYLÂNDIA

Uma boa conversa é com a vereadora de Porto Alegre Comandante Nádia, do MDB. O “comandante” não é por acaso, porque é Coronel da Brigada Militar. É uma das tantas gratas surpresas do novo conceito de político. Ela vê a floresta e não apenas a árvore. Mas a conversa foi sobre como o policial civil ou militar é alvo de críticas e preconceitos, ao contrário de outros países como os Estados Unidos.

Ela contou que esteve com o marido (também Coronel) e os filhos na Disneylândia. Antes do espetáculo, o apresentador pediu que todos os policiais presentes se levantassem. Ficou pasma quando ele falou alto e em bom som para o público que aplaudissem esses homens e mulheres da lei, e que todos os civis presentes deviam a eles uma vida segura. Fiquei pensando. Fosse aqui, certamente ouviríamos algumas vaias.

ANTES E DEPOIS

A vereadora também chamou a atenção para o déficit de policiais militares no Rio Grande do Sul. Nos anos 80, a BM contava com 33 mil PMs para 7 milhões de habitantes, divididos proporcionalmente em 332 municípios. Hoje, são 11 milhões de habitantes, em 497 municípios e menos de 17 mil policiais militares.

A FALÊNCIA DO ESTADO

Dados como esse mostram como o Estado, o ente Estado em todos os níveis, está miseravelmente falido apesar da montanha de impostos. Cidades como Porto Alegre primam por algo que deveria envergonhar o prefeito, a constância dos buracos – crateras, na realidade, de cortar pneu e quebrar suspensão. Hoje, você não pode dirigir por mais de 30, 40 metros sem se deparar com uma. É uma coisa de arrepiar. Se nem buraco de rua conseguem fechar, imagina o resto.

PAULO ROBERTO, O CARA

Assessor do vereador João Carlos Nedel (PP), José Antônio Celia testemunhou estupefato e comovido a fala do cobrador de ônibus da linha Praia de Belas, Paulo Roberto. No final da viagem, às 11h40min, na rua Uruguai, ele saudou os usuários desejando-lhes um bom dia “com as benções de Deus”. Os passageiros bateram uma salva de palmas, igualmente emocionados. Precisamos urgentemente de mais Paulos Robertos para criar uma massa crítica de gentilezas que criam gentilezas.

A ÚLTIMA A DESAPARECER

carasFalei em Cara e lembrei da Caras. Essa revista vai ser a última a desaparecer depois que todos os jornais e revistas impressos tiverem fim, coisa que duvido seja tão breve como dizem. A Caras é um fenômeno. É uma revista de consultório, cuja vida útil passa de um ano. E por um bom motivo sempre se folheia a publicação: porque tem fotos e mais fotos de gente bonita. Foi ela quem começou, no Brasil, a botar a idade dos retratados, homens e mulheres. Agora me diga, e que fique só entre nós e nosso cabeleireiro ou barbeiro: seja sincero e confesse que você sempre teve curiosidade em saber a idade da mulheres da banda.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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