O elixir chinês
Apareceu um drinque novo. Quer dizer, um drinque que tem dois mil anos e, para variar, tem origem asiática, chinesa no caso. Chama-se Kombucha, feito com fungo em infusão de flor de sabugueiro e gengibre, adoçada. Se existe uma planta que merece uma estátua é o gengibre. Com ela se faz gasosa de primeira, Ginger Ale, que é famosa em todo mundo, mas nunca deu as caras por aqui, além de ser tempero de primeira na culinária de pobres e ricos. Tem mais utilidades do que o Bombril.
Restaurantes chiques de Sumpaulo já oferecem Kombucha. Imagina só. Gastamos um bocado de dinheiro para se livrar de fungos e eles os bebem. Dizem que tem borbulhas naturais, porque é bebida fermentada. Uma espécie de espumante chinês, deduzo, e as bolhas são naturais como peitos de mulher de 20 anos. Método champanhoise. Não demora e chega na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, se é que já não chegou. Em matéria de álcool sou como marido traído, o último a saber.
Obviamente, que atribuem à ou ao, sei lá, Kombucha poderes milagrosos que cura tudo. O imperador chinês que a bebeu pela primeira vez disse que era o elixir da vida. É sempre assim. Um pau d’água inventa uma bebida e logo se justifica que a bebe não pelo álcool, mas para a saúde que ela traz. Como a cachaça. Quando está quente se bebe a marvada para refrescar e quando faz frio se bebe para esquentar. Não falha nunca.
Quanto ao gosto, é bem provável que os apreciadores não saibam defini-la com precisão, e com qual outra bebida se assemelha. Até onde minhas pesquisas chegaram, e olha que fui fundo, posso garantir a vocês que Kombucha tem gosto de Kombucha.