O elevador
Seu Libório foi síndico de um prédio que eu e três amigos alugamos na rua Barros Cassal, meados dos anos 1960. Ruim como carne de cobra. Certa feita, não quis esperar o elevador e comecei a subir a escada. O homem, que sempre se metia na vida dos outros, foi à pergunta.
– Para onde vais?
– Subindo pra cima – falei, sabendo da réplica.
– É claro que só podia ser pra cima…
Algum tempo depois, entrei no elevador no meu andar. Vi o o tio Liba vinha pelo corredor.
– Descendo?
– Descendo pra cima – respondi .
Ele entrou. O elevador começou a subir. Libório me olhou com brilho assassino.
– Eu avisei.
Sem remorso, tinha apertado o botão do último andar.