O diário da peste

25 mar • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O diário da peste

AINDA trato o bruxinho malvado assim, mas não tenho dúvidas de que, em algum momento, passarei a tratá-lo como a gripe que derrubou a economia mundial. Exagero?

NEM  tanto. Se não, vejamos. Com falta de kits de detecção, os testes só serão feitos em pacientes graves. Isso posto, o número de infectados é consideravelmente maior. Falo do RS, mas vale para todo o Brasil. Via de consequência, a taxa de letalidade é muito menor.

banrisul novo

VOCÊ dirá que, pelo mesmo raciocínio, a taxa de mortos também é maior. Em termos, porque médicos precisam assinar atestado de óbito e ninguém é louco de omitir a causa mortis e deixar de notificar a Saúde.

SEM dúvida que ficar em casa ajudou, mas já relatei meu caso da gripe muito forte que peguei em final de janeiro. À luz do que sei hoje, pode ter sido o cara da ducha. Tem mais.

DEPOIS dela, quase emendado, tive episódio de coriza, tosse mais pra pigarro. Os mesmos sintomas da nossa família e de vários amigos e conhecidos. Como não tenho conhecimento de outro projeto nos moldes desse de olhinho puxado, e provável que pegamos a coisa. E bem verdade que, fora eu, que tenho 76 anos, nenhum dos outros estava nos grupos de risco.

FATO é que nenhum de nós morreu e nem ficou de cama ou chamou o médico. Pode que eu esteja enganado? Pode, mas acho difícil. Como diz o provérbio, cavalo ganha uma vez, sorte; cavalo ganha duas vezes, coincidência; cavalo ganha três vezes, aposta no cavalo.
O que ficou latente e que os três níveis de governo entraram em pânico. Prova disso foram as MPs, decretos estaduais e municipais que foram criados de trocadilho, e horas depois deram marcha-ré.
Por isso, que deveriam implementar com urgência um cursinho de gabinete de crise. Até uma cadeira de faculdade.
OUTRA constatação: lendo as postagens no Face, fiquei quase convicto de que o coronavírus foi trazido da China pelo Bolsonaro. Não só o contrabandeou em mala diplomática como anabolizou em um laboratório secreto na Granja do Torto.

RECEBI um email daqueles que se propõem a ter solução para tudo, com a chamada como proteger quem você ama em tempos de coronavírus. Nem preciso ler. A melhor proteção é dormir em quartos separados.

MUITO pior que o corona é o corretor de textos do tablet da Samsung. Ele dá raiva, você se engasga de tanto se irritar e pode até ter infarto. Portanto, está no grupo de risco para não receber o 13º salário.

PENSAMENTO DO DIAS

Agora entendi como se hipnotiza multidões.

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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