O derrame do caçador

14 set • A Vida como ela foiNenhum comentário em O derrame do caçador

Um grupo de montenegrinos foi caçar no Uruguai. O risco sempre é grande, porque quem fiscaliza caça e pesca nas terras do companheiro Tabaré Vasques é o Exército. Que não brinca em serviço.

O grupo cercou-se de cautelas e foi adentrando o território com todo cuidado, atento a qualquer movimentação estranha. Tudo ia bem, até que um dos caçadores começou a ficar pálido e a suar frio. A turma ficou preocupada, o cara estava que era um boné velho. O que havia?

– Estou tendo um derrame – balbuciou o caçador. – Tô mal.

Má hora. A localidade mais próxima ficava a dezenas de quilômetros e, até lá, o sujeito poderia ir desta para uma melhor. O pior é que ninguém do grupo tinha sequer noções de primeiros socorros. O que se faz quando alguém tem um derrame?

No desespero e lembrando do que viram em algum filme, deitaram o doente, afrouxaram a camisa. Foi sugerida respiração boca a boca. O forte bafo de cachaça prontamente os fez desistir da ideia. Por via das dúvidas, deram mais um trago para ver se o enfermo pegava pelo menos uma cor.

E não é que o cara começou a melhorar? Ganhou cor, parou de suar e, em poucos minutos, levantou-se, todo pimpão. Em seguida, todos os paramédicos amadores sentiram um forte cheio de merda. Bueno, dos males o menor. Certamente, que foi algum mal-estar momentâneo, não um derrame.

– Claro que foi um derrame – garantiu ele. E completou o autodiagnóstico dando mais uma talagada da mardita. – Derrame intestinal.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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