O derrame do caçador
Um grupo de montenegrinos foi caçar no Uruguai. O risco sempre é grande, porque quem fiscaliza caça e pesca nas terras do companheiro Tabaré Vasques é o Exército. Que não brinca em serviço.
O grupo cercou-se de cautelas e foi adentrando o território com todo cuidado, atento a qualquer movimentação estranha. Tudo ia bem, até que um dos caçadores começou a ficar pálido e a suar frio. A turma ficou preocupada, o cara estava que era um boné velho. O que havia?
– Estou tendo um derrame – balbuciou o caçador. – Tô mal.
Má hora. A localidade mais próxima ficava a dezenas de quilômetros e, até lá, o sujeito poderia ir desta para uma melhor. O pior é que ninguém do grupo tinha sequer noções de primeiros socorros. O que se faz quando alguém tem um derrame?
No desespero e lembrando do que viram em algum filme, deitaram o doente, afrouxaram a camisa. Foi sugerida respiração boca a boca. O forte bafo de cachaça prontamente os fez desistir da ideia. Por via das dúvidas, deram mais um trago para ver se o enfermo pegava pelo menos uma cor.
E não é que o cara começou a melhorar? Ganhou cor, parou de suar e, em poucos minutos, levantou-se, todo pimpão. Em seguida, todos os paramédicos amadores sentiram um forte cheio de merda. Bueno, dos males o menor. Certamente, que foi algum mal-estar momentâneo, não um derrame.
– Claro que foi um derrame – garantiu ele. E completou o autodiagnóstico dando mais uma talagada da mardita. – Derrame intestinal.