O custo da cretinice
Depois década eleição sobram matérias sobre o “custo” da democracia, transformando os eleitos em cifras, tipo um vereador custa xis para o país. Tem que ter alfafa no lugar do miolo para chegar a um valor. Como se democracia fosse um produto perecível que se encontra em gôndola de supermercado.
Se ainda fossem meras comparações entre um parlamentar de Manaus e outro de Porto Alegre, vá lá, mas daí a dizer que isso é “custo” da democracia, aí meu Jesuscristinho, tende pena deste pobre escriba. É ser mais sem noção mais até que o corretor de texto da Samsung.
Conversei com dois médicos diretores de hospitais. Ambos me disseram que não tem tanta gente com Covid como se imagina. E desde o ano passado uma coisa me intriga. Depois de todos os feriadões, o número de mortes dá um salto. Natural, pensei, eu sei como a burocracia funciona. O pessoal administrativo que, entre outras tarefas, coleta e até emite estes dados faz feriadão também, se não todo, em parte.
O AGLOMERÔMETRO
Natural que o número de óbitos represa. Não, dizem coleguinhas colunistas, isso se deve às aglomerações. Tudo bem, posso entender que elas ajudam, mas como eles sabem quantos infectados se deve a esse fator? Tem algum aglomerômetro?
UM ADEUS MELANCÓLICO
Deu tristeza saber que a Ford vai fechar suas fábricas no Brasil. Um século de produção! Pouca vendagem foi a explicação, mas me permitam uma correção: pouco dinheiro no bolso do brasileiro. Talvez não tenham acompanhado a agressividade das montadoras coreanas, especialmente a sua aqui inimiga Chevrolet.
É MEU!
Quando eu era gurizote, meu pai e meu irmão tinham caminhões Ford F8, então “torcíamos” pela marca. Mesma coisa com os automóveis e veículos pesados da Chevrolet e Dodge. Eu e meus amigos passávamos horas olhando o vai e vem dos carros. Quando passava um bonitão, gritávamos “é meu!”
Essa memória infantil era tão forte que mesmo adulto fui obrigado a reconhecer, com desgosto, que o Corvette da GM era mais bonito que o Ford Mustang.
Fiquei um bom tempo olhando a matéria. Também com desgosto vejo que todo o meu mundo de criança está desaparecendo.
JC
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