O churrasco do seu Clóvis

8 ago • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O churrasco do seu Clóvis

Vocês que se queixam do hedonismo norte-americano olhem e volta. Só esta área da megaloja da Tramontina, de Carlos Barbosa (RS), oferece 600 – eu disse seiscentos – itens para churrasco, aí entendido como facas, espetos, grelhas, bancadas, garfos de trinchar e um sem-número de utilidades para quem gosta de fazer um bom assado, como se diz na Fronteira. E vende como pão quente essa loja da empresa comandada pelo seu Clóvis Tramontina, um prodígio. Sua empresa opera mundo afora e até em Dubai.

PROFISSÃO CHURASQUEIRO

Deus me livre e guarde de ser churrasqueiro. É trabalho à beça, não se enganem. Tem que gostar. Essa gente come só pelo cheiro. Uma lasquinha aqui, outra acolá, sabem como é. O santo protetor dos churrasqueiros é um copo de caipirinha colocada nem tão longe do fogo que pareça estar em cidade vizinha e nem tão perto que entre em ebulição. De preferência um pouco escondida, caso a perpétua patroa chegue com “mas outra de novo?” Algumas mulheres de churrasqueiros são uma espécie de fiscais do Ibama.

O CÍRCULO DE FOGO

Havia um churrasqueiro do bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, tão bom que era requisitado pela vizinhança ou amigos para assar aquele churrasco. Para evitar palpiteiro, ele sempre levava uma corrente de bom tamanho e cercava o sagrado território entre a churrasqueira até uns bons dois a três metros. Se por acaso alguém pulasse a corrente ele a recolhia junto com espetos e ia embora, deixando o peru na mão. Tolerância zero.

AREIA MOVEDIÇA

A respeito da MP do Capitão sobre publicidade legal nos jornais impressos: ao dar o troco para os grandes jornais, como ele falou, esqueceu que pequenos jornais do Interior, que inclusive o apoiaram, sofrerão o impacto maior. Mas admito, é um terreno pantanoso. Por um lado, temos a questão da transparência para o leitor; de outro, mostra que a imprensa não prescinde desse tipo de publicidade “oficial”, digamos assim.

DO LAR

Saiu uma pesquisa Datafolha mostrando que as mulheres donas de casa que eram 19% do universo feminino agora são apenas 7%. Lembram do tempo em que as mulheres preenchiam o campo da profissão com “do lar”? Nenhuma surpresa. Mulher trabalha fora para complementar renda ou para ter a sua própria. Ou simplesmente porque não quer ser dona de casa. Certas elas.

PARA CIMA E PARA OS LADOS

Porém, e sem entrar no mérito, sempre há algum efeito colateral principalmente nas famílias de baixa renda. Trabalhar fora não deixa tempo para cozinhar. Então a criançada come o que mais tem: a chamada comidinha porcaria. Daí a obesidade precoce.

A QUEDA DOS BUTIÁS

Crianças obesas são uma realidade no Brasil, e aumentando. Idem adolescentes. Outro dia me peguei estranhando fotos de grupos de homens na clássica pose praiana nos anos 1950 e 1960, pés na água do mar. Olhei várias e tinha alguma coisa errado, mas eu não atinava o que poderia ser.

Casualmente me deparei com fotos semelhantes, na mesma posse, mas desta vez imagens de agora. Aí me caíram duas coisas: os butiás do bolso e a ficha. Nas fotos antigas, era muito difícil ver alguém acima do peso ou obeso. Nas atuais é exatamente o contrário, a exceção é ver magros e magras.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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