O Chevrolet divino

30 maio • A Vida como ela foiNenhum comentário em O Chevrolet divino

Há décadas, um nativo de cidade do Vale do Caí deixou o torrão natal e foi procurar formas de vencer na vida. Encontrou-a no Interior do Estado, bem longe dali. Em poucos anos, estava rico. Tanto que presenteou a sua mulher, também nascida na sua região de colonização alemã, com um belo Chevrolet Impala, do ano, reluzente e potente, uma maravilha.

A senhora em questão contratou como motorista um amigo de infância. De tempos em tempos, ela e o chaufer Waldemar apareciam. Voltava às origens visitando os parentes com o possante, sempre sentada no banco de trás com o melhor vestido que o dinheiro podia comprar.

Ela gostava demais da combinação azul e branco, ainda mais quando voltava para a colônia. Os vestidos daquela época eram longos e largos como o Rio Caí em dia de enchente, ela sentava bem no meio do banco para espalhar bem as vestes abundantes.

Quando os colonos avistavam um rastro de poeira antes da missa de domingo, já sabiam que a bordo do carrão azul e branco estava a conterrânea que enricou, e em uníssono a chamavam de Mutter Gottes.

Que vinha a ser “Virgem Maria” em alemão.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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