O chato que não morre

8 mar • Caso do DiaNenhum comentário em O chato que não morre

Duas espécies estão em extinção. Uma é o siri, pelo menos nas praias gaúchas nunca mais se teve notícia de alguém ter pisado em um. Até as casquinhas de siri meio que desapareceram, e quando se encontra, é “siri” de cação. Como eu lembro do medo quando se pisava em um, porque normalmente siri levava a família inteira.

Aquela corzinha azulada puxando para furta-cor na casca era pura maldade. E que definição é “furta-cor”, delicio-me com essas expressões criadas pelo povo. Roubaram a cor, vejam só que definição mais precisa. A outra extinção até que foi boa. O prezado leitor lembra da última vez que essas lêndeas grudaram nos seus pelos pubianos? Não? Pois é. Houve tempo em que se botava um pó chamado Neocid, um organo-clorado que tem porta de entrada no corpo mas não de saída dava até nas sobrancelhas. Hoje é proibido, mas matava o chato.

O que ainda não inventaram foi inseticida para matar chato humano. Esse é imorrível, pior que barata e crocodilo e seus primos, que estão aí há 65 milhões de anos aterrorizando as mulheres ou comendo gente.

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »