O chato que não morre
Duas espécies estão em extinção. Uma é o siri, pelo menos nas praias gaúchas nunca mais se teve notícia de alguém ter pisado em um. Até as casquinhas de siri meio que desapareceram, e quando se encontra, é “siri” de cação. Como eu lembro do medo quando se pisava em um, porque normalmente siri levava a família inteira.
Aquela corzinha azulada puxando para furta-cor na casca era pura maldade. E que definição é “furta-cor”, delicio-me com essas expressões criadas pelo povo. Roubaram a cor, vejam só que definição mais precisa. A outra extinção até que foi boa. O prezado leitor lembra da última vez que essas lêndeas grudaram nos seus pelos pubianos? Não? Pois é. Houve tempo em que se botava um pó chamado Neocid, um organo-clorado que tem porta de entrada no corpo mas não de saída dava até nas sobrancelhas. Hoje é proibido, mas matava o chato.
O que ainda não inventaram foi inseticida para matar chato humano. Esse é imorrível, pior que barata e crocodilo e seus primos, que estão aí há 65 milhões de anos aterrorizando as mulheres ou comendo gente.