O cavalo verde

1 mar • A Vida como ela foiNenhum comentário em O cavalo verde

Na década de 1950, estava de plantão no Hospital Veterinário da Faculdade de Agronomia da Ufrgs o falecido professor José Jardim Freire, um dos maiores nomes da parasitologia brasileira. Ele contava, que certo dia, alguém ligou para o hospital perguntando se os veterinários poderiam ir ver o que estava acontecendo com seu cavalo.

Freire disse que, a princípio não, que eles atendiam animais no próprio hospital, a não ser que fosse uma doença excepcional. O cara então disse que sim, era uma doença fora do normal, que nunca havia visto algo semelhante.

– Meu cavalo está ficando verde.

Estupefato, Freire pediu maiores detalhes.

– É, verde. Começou no lombo. Aquele esverdeado foi ficando cada vez mais forte, depois pegou a cabeça e até a cola.

O veterinário se interessou de vez no caso.

– Mas como foi acontecer? O senhor deu a ele algum remédio, alguma comida diferente?

– Não, tudo normal. Mas o pior, doutor, o pior é que eu também comecei a ficar da mesma cor. Eu estou sempre montado no bicho, e acho que ele passou a praga para mim. Estou todo verde também, juro!

Aí a atenção de Freire foi total. Pegou papel e caneta e pediu o endereço, que ele iria em seguida visitá-lo.

– Pois não, doutor. Anota aí: meu nome é Marechal Deodoro da Fonseca e o endereço é a parte central da Praça da Alfândega. Durou um segundo para cair a ficha do professor e perceber o trote cavalar do qual fora vítima.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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