O Big Mac do alemão

19 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O Big Mac do alemão

Recordei, fuçando nos meus alfarrábios quase extintos, uma palestra que o presidente mundial da Volkswagen ministrou em Porto Alegre há seis anos. Entre outros assuntos, ele fez curiosa comparação sobre quanto tempo leva um brasileiro com salário médio para comprar um Big Mac, em comparação com os Estados Unidos e a Alemanha.

RENDA POR MINUTO

Os americanos precisam trabalhar apenas 10 minutos, os alemães 16 minutos e os brasileiros necessitam de 42 minutos para comprar um Big Mac. Esta é, sem dúvida, uma forma melhor de comparar renda do que apenas traduzir o custo em dólares. Na época, os hambúrgueres sofisticados e gigantes mal e mal tateavam as chapas por estas bandas, alguns custando mais de 50 pilas. Certamente, teria que trabalhar bem mais do que uma hora.

CERTEZAS DE SEXTA

No Brasil, todo mundo é minoria, menos os pagadores de impostos. Aliás, hoje os fumantes são minoria. Como tal, deveriam ter o mesmo tratamento de outras minorias.

 O CASO DAS MERCEDES

Uma investigação levada a cabo pelo jornal americano The New York Times, descobriu a forma como Kim Jong-un comprou os seus Mercedes blindados. Primeiro perguntaram à empresa como fora a compra. A Mercedes garantiu que não foi dela que o baixinho comprou. Nem poderiam efetuar negócio por causa do boicote comercial europeu à Coreia do Norte.

ENTÃO, COMO FOI?

O NYT foi fundo e refez a rota da compra dos Mercedões. Tudo começa no porto de Roterdam, Holanda, de onde os carros são carregados para dentro de um barco. Após 41 dias no mar, chegam à China, onde são enviados para o Japão, em barcos separados. Depois passam para outro navio e chegam à Coreia do Sul.

FOI ASSIM

Chegados à Coreia do Sul, o barco que carrega os carros – presumivelmente compras de particulares laranjas – os transferem para um navio russo. Todos os sistemas de localização são desligados. A investigação mostrou que eles são descarregados em Vladivostok, na Rússia. Nesse mesmo dia, um avião de transporte sai da Coreia do Norte e vai buscar os carros em Vladivostok. É uma rota complicadíssima, avalia a BBC Brasil.

VASSOURA DE BRUXA

Nos anos 1960, um anúncio do Ford Pinto falava que o carro tinha um “motor inteligente”. O Conar dos EUA intimou a Ford para que explicasse como um motor poderia ser inteligente. Hoje vale tudo. Até vassoura de piaçava hoje é inteligente. O cabo foi desenvolvido pela Nasa e os fios, por engenheiros alemães. Só falta voar. Enfim, qualquer máquina é inteligente mesmo sendo burra.

TRABALHO ESCOLAR

Um professor do Sistema Positivo de Ensino sugeriu que era de se analisar o sistema de crianças limparem as escolas onde estudam, como na Coreia do Sul e Japão. Estou falando de crianças como as que temos no Ensino Fundamental. Olha, seria uma revolução, utilíssima para enfrentar a vida dura mais adiante. Mas aqui, nem pensar. Pois nem mesmo filhos de agricultores podem ajudar os pais na roça. Estamos criando uma nação de molóides.

ASPIRAR O PÓ

Eu lembro de ter varrido o pátio do Grupo Escolar, mas mais como castigo do que faina diária. Mesmo assim, não morri por isso. Até pensei que fabricantes de vassoura ganhavam um bom dinheiro, porque nada se limpava no chão sem uma. Eu não contava com a astúcia dos fabricantes de aspiradores de pó.

QUE MARAVILHA!

Li no Estadão: ninguém no vilarejo Kong Thong, em uma região montanhosa no leste da Índia, sabe como e quando a tradição começou.

Mas ali, as pessoas chamam umas as outras com melodias, e não nomes. Cada pessoa é representada por uma melodia. Esses chamados – semelhantes a curtas canções de ninar – são criados pelas mães para seus bebês. Eu ainda me emociono com algumas coisas, e essa é uma.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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