O batismo hospitalar
Afora para visitar parentes e amigos, só entrei uma vez em hospital até agora para algum procedimento. Eu tinha seis para sete anos quando deixei a perna direita em uma prensa de alfafa, que era um dos negócios do meu pai, em São Vendelino. Por azar, um domingo, bem no dia das Bodas de Prata dos meus pais.
Gritei muito, disso eu lembro. Também lembro do meu tio e padrinho Edgar Selbach descer correndo da festa e me levar nos braços até a cama. Outra lembrança vívida foi o percurso até o hospital em Bom Princípio. De acordar no meio da operação porque a anestesia parou de fazer efeito. O cheiro de clorofórmio está nas minhas narinas até hoje. Ou seria éter?
Depois, foi uma festa. Compraram uma bengala para mim e eu desfilava com ela com a perna engessada para cima e para baixo como se fosse a versão infantil de Charlie Chaplin.