O Baile do Facão

27 mar • A Vida como ela foiNenhum comentário em O Baile do Facão

Arrolado, em Horizontina, como testemunha de um processo conhecido como Baile do Facão, Nego Beto, figura popular na cidade, compareceu à audiência de instrução com os dois braços e as duas pernas engessadas. Ante a curiosidade do juiz por vê-lo naquele lamentável estado, o pedreiro contou o causo como o causo foi.

Recém-saído de Horizontina rumo a Porto Alegre, excelente pedreiro, Nego Beto, que deixava à vista dentes “brancos espelhados”, logo foi cooptado pela construção civil. Já na primeira sexta-feira de folga, passeando próximo à Estação Rodoviária, conheceu uma loira lindíssima, que de pronto o convidou a galgar os 66 degraus em um hotel na Voluntários da Pátria, próximo ao viaduto.

Findo o encontro de amor, com a penumbra e os dentes do Nego Beto chamando a atenção, a lindíssima loira, segurando na mão um AR-15 paraguaio, olha nos olhos do horizontinense e diz:

– Agora é a minha vez!

Beto agarra os pertences mais próximos e pula a janela… do terceiro andar.

Feliz, Beto faz questão de salientar o desfecho ao doutor.

– Quando ela puxou a arma, o degas aqui pensou: eu fora.

(colaboração Ricardo Sauer)

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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