O aparelho…

7 jan • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O aparelho…

Com frequência lê-se a expressão “aparelhamento do Estado”, uma das chagas que dominam o corpo dos governos em todos os níveis. É um fato. Quando a prefeitura foi dominada pelo PT, a partir dos anos 1990, sempre se dizia que levaria uma geração (25 anos) para desaparelhá-la e só quando a oposição, centro-direita ou direita galgasse o poder por sucessivos mandatos.

Imagem: Freepik

…COM RAÍZES

Na Capital gaúcha, o vírus ideológico contaminou não só parte das secretarias e órgãos – algumas são controladas pelo PT até hoje – como deram cria após cria. No Governo federal, então, a contaminação é geral, ampla e irrestrita. E, neste caso, levará não apenas uma geração, mas pelo menos duas. E sempre retroalimentada pelos meios acadêmicos e artísticos. É uma técnica tremendamente eficaz que tem a assinatura de um italiano chamado Antonio Gramsci.

Abaixo, reproduzo dois trechos do arquiteto e escritor Percival Puggina (www.puggina.org) sobre o assunto. Os números falam por si só.

“Aqui no Brasil, o dito campo esquerdista encontrou na criação e povoamento de conselhos uma forma de se institucionalizar e atuar politicamente. Na administração pública, estão em toda parte. Com exceções, formam pequenos sovietes, determinando e impondo políticas. São detentores de um poder paralelo que somente na órbita federal se manifesta através de 2.593 colegiados, segundo matéria de O Globo publicada em 29 de junho de 2019. Na véspera, Bolsonaro havia anunciado a intenção de reduzi-los a 32.

No entanto, esses aparelhos políticos resistem. Os 996 conselhos ligados a instituições federais de ensino operam em ambientes blindados pela autonomia universitária. Outros foram instituídos por lei e só poderão ser cancelados por outra lei. Assim, no curto prazo, apenas 734 criados por decretos federais ou por portarias dos próprios órgãos federais estão liberados para encerramento de atividades”.

A COR DAS CALÇAS

O texto do jornalista Carlos Brickmann (chumbogordo.com.br) tem a ver com o temor de retaliação do Irã após a morte via míssil do general iraniano Quassim, chefe da Guarda Revolucionária do Irã. Belo texto, bela história:

“Diz a lenda que o navio de um grande comandante foi atacado por grande número de piratas. Antes do início da luta, pediu que lhe trouxessem calças vermelhas. Vestiu-as e logo aniquilou os piratas. Alguns dias depois, navios pesadamente armados o cercaram. Pediu as calças vermelhas e destruiu os inimigos. Um alto funcionário do Governo perguntou-lhe por que as calças vermelhas. Simples: os marinheiros, disse o comandante, confiavam em suas ordens. Se fosse ferido, a calça vermelha ocultaria o sangue e os marinheiros não se assustariam. Mais algum tempo, surgiram frotas e frotas de piratas armados com o que havia de mais moderno. O comandante, tranquilo, pediu: “Tragam-me as calças marrons”.

FALA A PREFEITURA

A propósito das notas sobre os buracos nas ruas de Porto Alegre, a Diretoria Geral de Conservação de Vias Urbanas (DGCVU, antigo DMLU) tapou uma média mensal de 22,5 mil metros quadrados de ruas e avenidas. Mas vem uma boa notícia: para 2020 a Prefeitura já captou recursos de R$ 210 milhões para requalificação das vias a fim de evitar novos buracos. Bem, se assim é, aguardemos.

PENSAMENTO DO DIAS

O Brasil é um país estranho, onde “pois sim” quer dizer não e “pois não” significa sim.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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