Nos tempos da tabufa

20 abr • A Vida como ela foiNenhum comentário em Nos tempos da tabufa

Em época de isolamento e de resgatar jogos antigos, voltou a moda da colecionar figurinha, não sei se voltou também o “bater” figurinha dos meus tempos de piá. Eu nunca tive lá muito saco para completar os álbuns. Até porque era público e notório que apenas alguns poucos felizardos chegavam lá, mas um me encantou.

Foi minha estreia na cidade grande, a coleção de figurinhas das balas Ruth. A mais difícil era a casa de madeira ao alto, a segunda da direita na imagem. Obviamente só algumas estavam entre a bala e invólucro. Os prêmios eram altos, daí o interesse até de adultos.

Nunca tive mãos largas, portanto, em matéria de bater figurinhas, eu era ruim. Lembro um cara que ganhava sempre. Era o maior da turma, o mais gordo, com mãos que eram do tamanho de uma tábua de pinho de serraria. Esqueci o nome dele, mas não vem ao caso.

Quando ele baixava aquela mãozona em concha sobre a figurinha da bala Ruth, vinha a lajota da calçada junto. Mesmo que estivesse cimentada. Esse movimento era chamado de tabufa, que consistia em virar a figurinha, virar o jogo.

Hoje, levantaria o parquê e o tapete.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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