Nos tempos da tabufa
Em época de isolamento e de resgatar jogos antigos, voltou a moda da colecionar figurinha, não sei se voltou também o “bater” figurinha dos meus tempos de piá. Eu nunca tive lá muito saco para completar os álbuns. Até porque era público e notório que apenas alguns poucos felizardos chegavam lá, mas um me encantou.
Foi minha estreia na cidade grande, a coleção de figurinhas das balas Ruth. A mais difícil era a casa de madeira ao alto, a segunda da direita na imagem. Obviamente só algumas estavam entre a bala e invólucro. Os prêmios eram altos, daí o interesse até de adultos.
Nunca tive mãos largas, portanto, em matéria de bater figurinhas, eu era ruim. Lembro um cara que ganhava sempre. Era o maior da turma, o mais gordo, com mãos que eram do tamanho de uma tábua de pinho de serraria. Esqueci o nome dele, mas não vem ao caso.
Quando ele baixava aquela mãozona em concha sobre a figurinha da bala Ruth, vinha a lajota da calçada junto. Mesmo que estivesse cimentada. Esse movimento era chamado de tabufa, que consistia em virar a figurinha, virar o jogo.
Hoje, levantaria o parquê e o tapete.