Na mesma toada

3 mar • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Na mesma toada

Em nenhum outro caso de impacto mundial de alguma doença se viu tantos jornalistas tão despreparados. Na TV, rádio e jornal, foi um festival de crendices e falta de cultura básica sobre assuntos comentados nas plataformas. Não era assim. De uma geração para cá, tudo desandou. E olha que, no passado, também não éramos tão preparados assim. O diabo é que temos fé pública, e a temos porque, salvo as exceções, a sociedade é igualmente despreparada e sem senso crítico por falta de leitura e conhecimento.
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A BOLHA ASSASSINA

O diabo ao quadrado é que vídeos fake e textos sem nenhuma credibilidade são tratados como se verdadeiros fossem. E o diabo ao triplo é a petulância e segurança como abordam o tema. Não é bobagens de improviso, são bobagens pensadas. Quem criou esse pânico todo fomos nós, fazendo o serviço de toda uma cadeia de serviços e produtos que disso se alimentam, inclusive confundindo esterilização com assepsia.

O TEMPORA, O MORES

Quando um jornalista invade a intimidade de um governante deveria liberar também a sua. Pessoa pública por pessoa pública, ele também é.

VÍRUS NO RÓTULO…

O Jornal da Meia Noite da TV portuguesa (canal SIC) dedicou um bom tempo para o Covid-19. Entrevistou muita gente que esteve em cidades e países onde o bicho comeu e também dedicou espaço para quem estava em cruzeiros marítimos e ficou de quarentena. A preocupação dos portugueses é maior com relação ao contágio vindo da Itália, porque muitos deles trabalham lá ou tem negócios com o país da bota.

…BESTEIRA NA CABEÇA

Uma autoridade entrevistada contou o que nós sabemos, que a cobertura do vírus foi desproporcional à gravidade de fato. E contou um caso impressionante. Uma gráfica de Portugal que produzia rótulos para vinhos italianos teve que parar a produção porque os donos dos restaurantes temiam que fregueses pegassem a doença através dos rótulos. É o absurdo dos absurdos, mas assim é o mundo. A internet só piorou as coisas.

HORA EXTRA

O que sabemos até agora é que o Covid-19 não é tão mortal quanto se imaginou – menos para a economia mundial. Aí o estrago foi enorme, embora o tal de mercado já comece a refletir que dá para sentir que o bicho pode ser domado. A questão, a pergunta, é se a paralisação da produção em muitos países, asiáticos especialmente, pode ser minimizada por hora extra.

NÓS, OS PRODUTIVOS

Estudo publicado no New England Journal of Medicine e feito nos EUA mostra que a idade mais produtiva da vida humana não é a juventude. A etapa mais produtiva do ser humano é de 70 a 80 anos. E justifica: a idade média dos prêmios Nobel é 62 anos; a idade média dos presidentes das empresas de destaque no mundo é de 63 anos; a idade média dos pastores das 100 maiores igrejas dos EUA é de 71 anos; a idade média dos papas é de 76 anos.

De onde concluo que ainda posso ser Papa. Dizem que o salário é bom.

O CASAL IDEAL

Receita francesa para um casamento bem-sucedido: a mulher tem que ter a metade da idade do homem mais sete anos.

PENSAMENTO DO DIAS

Se eu pegasse o coronavírus, gostaria que ele fosse fake.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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