Na mão grande
Voltou à moda colecionar figurinhas. Não sei se voltou também o “bater” figurinha dos meus tempos de piá. Eu nunca tive lá muito saco para completar os álbuns, até porque era público e notório que apenas alguns poucos felizardos chegavam lá, mas um me encantou. Foi minha estreia na cidade grande, a coleção de figurinhas das balas Ruth. Se não me falha a memória, duas eram difíceis, a casa de madeira, outro acho que era o peixe-elétrico.
Nunca tive mãos largas, portanto, em matéria de bater figurinhas, eu era ruim. Lembro um cara que ganhava sempre. Era o maior da turma, o mais gordo, com mãos que eram do tamanho de uma tábua de pinho de serraria. Esqueci o nome dele, mas não vem ao caso. Quando ele baixava aquela mãozona em concha sobre a figurinha da bala Ruth de cabeça para baixo – o objetivo era virá-la ao contrário – vinha a lajota da calçada junto, mesmo que estivesse cimentada. Esse movimento era chamado de tabufa. Virou, ganhou a figura.
O assunto me veio à mente por causa das últimas ofensivas para tentar virar o jogo e tirar da cana o preso mais ilustre do Brasil, nem que seja na marra.
Seita é fogo.