Muito além da debulhadora

5 jun • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Muito além da debulhadora

Partindo do princípio que homens e mulheres têm ritmos diferentes nas relações sexuais, a Jontex lança o “Orgasmo em Sintonia”, um preservativo que prolonga a ereção masculina e estimula o prazer feminino para que o casal chegue junto ao clímax. A campanha está a cargo da agência BETC/Havas. Bueno, como dizia aquele pecuarista da Fronteira Oeste, depois que inventaram a debulhadora de milho, não duvido de mais nada.

Esse mesmo pecuarista, é um personagem real. Vinha uma vez ao ano a Porto Alegre, e sempre almoçava no Restaurante Dona Maria, na rua José Montaury. Conhecia alguém da Mesa Um, o que lhe valeu salvo-conduto para fazer parte da roda. A cada novidade que alguém contava, ele esbugalhava os olhos de espanto. Uma dessas vezes foi quando lhe mostraram um telefone celular, o tijolão da Motorola. Foi então que disparou a famosa frase da debulhadora – ele falava debulhadeira.

Data aprazada

Eu adoro a expressão do título. Data aprazada é algo cabalístico. A data apraza que vem aí é a entrada do inverno, 21 de junho. Mas de que inverno me hablas, cara pálida? Não fez nem um arremedo de frio, portanto não teve o veranico de maio, que precisa de frio antes.

Luto muito para ser um influencer digital. Como os que surgem nas páginas dos jornais impressos, presumo que então sejam influencer analógico, uma espécie de estágio probatório que, uma vez constante na mídia impressa, vira digital. O diabo é que não conheço os caras e as mulheres nos seus respectivos trabalhos, então como influenciam alguém fora do seu círculo de amigos? Sim, sim, eu sei que alguns tem milhões de cliques, mas depois de aparecerem no jornal impresso. E cá estamos nós de novo.

 Famosos

Também verifico que alguns deles tem sobrenomes famosos, de empresários ou outros cidadãos de bola cheia. Vai ver que é por isso que não sou um deles. Falta-me um padrinho endinheirado, pai, marido, mulher avô com sólida reputação financeira. Às vezes, mais reputação que financeira de fato.

Ricos

Então vem a velha pergunta? Quantos ricos, realmente ricos, existem no Rio Grande do Sul?  Quando digo “ricos” refiro-me às pessoas que podem comprar um jato executivo acima de US$ 15 milhões sem precisar apertar o cinto em outras despesas vãs. Três, quatro? Eu conheço (de nome e de relancina, como dizia o cara da debulhadora), três e olhe lá. E eu lido com esse mercado. É minha profissão, afinal de contas. Sou obrigado a saber deles.

PARÁGRAFO PRIMEIRO

Nunca se deve esquecer que a única coisa que o brasileiro mente para baixo é o tamanho do seu dinheiro acumulado. O resto tudo é para cima, incluindo o tamanho do Reprodutor.

Por falar em jatinho

O supérfluo do rico é o emprego do pobre. A esquerda nunca entendeu isso. Assim como um estado que tem poucos ricos pelo conceito expresso acima, certamente terá menos ricos-comuns, menos classe média alta e assim por diante. Quando digo classe média não me refiro aqueles ridículos R$ 3 mil mensais que o IBGE caracterizou como sendo desta faixa durante o governo Dilma.

Poupe, não sofra

Vale a mesma coisa para poupança. Na definição clássica, poupança é aquele dinheiro que sobra depois de todas as suas despesas e contas mais uma vida boa sem abrir mão do conforto e sem sacrifícios. O que sobra é poupança.

Boi ralado

Agora, se você só come alface e boi ralado, como os ilhéus chamavam o guisado de carne, durante o mês inteiro, bebe água da bica (de vizinhos) não vai ao cinema, não tem banda larga nem smartphone, compra roupa só em brechó e mesmo assim de três em três anos, para guardar dinheiro, então você não é um poupador. É um cretino. Nem o Tio Patinhas abria mão de um certo conforto e explorava o Pato Donald. Neste caso, você é um vigarista.

Sul Resiliente

Nos municípios brasileiros, faltam recursos para infraestrutura e prevenção de catástrofes naturais. Com o objetivo de viabilizar projetos de resiliência urbana nos três estados do Sul do país, o BRDE formatou a linha de crédito Sul Resiliente. Aprovada com mérito pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministério da Economia, no valor total de US$ 125 milhões, a expectativa é de que comece a operar com recursos do Banco Mundial no primeiro semestre de 2020.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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