Meu tempo com Danilo Ucha
Todos já sabem que Danilo Ucha morreu. Os jornais estão repletos com sua vida e obra, especialmente o Jornal do Comércio, onde convivi com ele nos últimos 14 anos. Mas quero falar do nosso tempo.
Nosso tempo era viver uma Porto Alegre mais acolhedora, ter emprego em qualquer jornal com uma condição: você tinha que ser polivalente e nós éramos. O Ucha sempre dizia que eu levava vantagem sobre ele porque exerci outras profissões antes e durante. Eu e ele parecíamos aqueles carrinhos de parque de diversões, vivíamos esbarrando um no outro, fosse na noite, nos mesmos jornais ou simplesmente por aí.
Em recente papo antes da reunião de pauta do JC, comentei com ele sobre a beleza das composições de um conjunto chamado Os Angüeras, assim mesmo, com dois pontos no U. As letras deles são fora de série, me disse ele. Falamos também sobre a Fronteira, o meu Alegrete por adoção e a Santana do Livramento dele por nascimento. Falei que a música nativista tenha belezas que ficavam perdidas à espera de quem as garimpasse ou recuperasse. Citei então o que eu considero uma das mais bonitas e comoventes composições já feitas em todos os tempos no Rio Grande do Sul, O Esquilador, do Telmo de Lima Freitas. Fala do trabalho árduo no campo, da arte de tosquiar, coisa que ele conhecia muito bem porque criava ovelhas.
Gordinho, que O Esquilador te acompanhe nas Eternas Coxilhas. Tudo a ver contigo.
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