Meu mercado, meu guia

6 fev • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Meu mercado, meu guia

As bolsas internacionais operaram no azul assim como as asiáticas. Há uma leitura cautelosa dos estragos do coronavírus sob o ponto de vista de saúde pública, já que a letalidade não é alta se comparada com outras epidemias. O futuro dirá em que medida a enérgica ação chinesa duela a quién duela conteve a propagação do vírus, ação digna de cenário de uma guerra. E é uma guerra mesmo.

GREGO PROCURA GREGA

É o título de um romance de Friedrich Dürrenmatt, famoso nos anos 1960. Eu li de uma sentada só. Me veio à mente depois que li que o governo da Grécia vai pagar um bom dinheirinho para que os gregos tenham mais filhos. É um perigo real e imediato. Alguns países europeus, como a França e a Itália, sofrem do mesmo problema. A Alemanha teve um leve aumento na taxa de natalidade por causa dos turcos, contou-me o cônsul.

PROCURA-SE FRANCÊS

A França está sendo colonizada por muçulmanos em geral, argelinos e outros povos. É uma questão de tempo para que sua cultura desapareça. O que seria uma tragédia. Eu amo esse país e sua obsessão pelas belas letras, artesãos, empresas e prédios antigos, castelos e agora pela teimosia em comer produtos orgânicos. Eles chamam essa devoção de savoir faire.

DA CIDADE PARA O CAMPO

Não sei em que proporção, mas vejo documentários no Canal 5 (178 na Sky) mostrando como novas gerações revigoram e recuperam receitas e savoir faire de tempos idos, a ponto de abraçar profissões quase extintas para que tenham uma sobrevida. A França, para mim, é o último bastião da cultura ocidental. Sim, tem a Alemanha e outros, mas com esse fervor só os franceses conseguem ter.

OS FILHOS QUE FALTARAM

Algumas frases e cenas da minha adolescência e até antes dela costumam brotar no meu consciente sem mais nem menos, ou por algum gatilho inconsciente apertado por uma imagem fugaz. Uma delas aconteceu quando eu cursava o ginásio. Tinha eu 13 anos, estava na 2ª série do Ginásio São João Batista de Montenegro e um professor, o Irmão Prudêncio, leu o trecho de um livro sobre a fragilidade das forças armadas francesas quando o país foi invadido pela Alemanha, na II Guerra Mundial.

Com voz grave, lembro bem, o professor de História ler o trecho do livro cujo nome ignoro, dizendo “e a França precisava dos seus filhos para a guerra”. Então ele fez uma pausa, mão aberta no livro aberto, tirou os olhos da página e olhou para nós dizendo uma frase que me marcou para sempre:

– E a França não tinha filhos para defendê-la…

MILAGRE NUNCA MAIS

Está na história e na cabeça de quem já era grandinho nos anos 1070 o milagre japonês. O país teve um desempenho fantástico em todas as frentes, tecnológicas, comerciais, expansão pelo mundo e as exportações quebrando recordes. O consumo interno explodiu graças ao babyboom, expressão inglesa que foi criada para explicar o crescimento de alguns países poucos anos depois do fim da II GG.

Com segurança e paz para trabalhar, os casais japoneses começam a ter mais filhos, o que gerou uma enorme cadeia ligada ao consumo que fez a roda da economia girar como piorra. Não só de fraldas & Cia, mas mercado imobiliário, construção civil, alimentos para bebês, carrinhos, enfim, tudo que se compra para uma criança desde que ela nasça até ela sair de casa. Aconteceu também nos EUA, com a diferença que seu parque industrial não tinha virado sucata pelos bombardeios americanos.

POR ISSO…

…que está totalmente errada a crença de que uma população estável tem uma situação econômica boa e também estável. Negativo. Sem filhos não há crescimento. Mas e os Estados Unidos você perguntará, eles também pararam de ter filhos como antes. Vero, eles sim. Mas não a imensa massa de latinos, chineses, vietnamitas. Com vários filhos como antigamente, compensam a falta de bebês genuinamente norte-americanos.

PENSAMENTO DO DIAS

No Brasil, a única coisa permanente é o provisório.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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