Memórias de um rotineiro

19 jun • Caso do Dia, Notas1 comentário em Memórias de um rotineiro

Quando me perguntam como é ter uma profissão excitante como o jornalismo, respondo que de excitante ela não tem nada. É sempre a mesma coisa, década após década, só mudam os personagens para as mesmas mancadas, erros, mentiras e resultados de sempre. Por isso, o jornalismo diário é a desgraçada de uma rotina.

O jornal de ontem

O melhor exemplo é quando você lê o jornal de ontem. Ficou velho, velhíssimo. Agora pegue um jornal de 30 anos atrás e surpreenda-se com “mas já naquele tempo?” Especialmente quando são erros de governos. Mas bah!, dirá você, a corrupção não era tanta. Era, só que era permitida. Nada de mal se um deputado ganhasse uma viagem cara com hotel cinco estrelas para Paris, por exemplo. Fazia parte do dia a dia o agradecimento por um projeto de lei salvador da pátria.

Os dez por cento

O que mudou foi o porcentual da comissão. Primeiro que havia mais respeito, hierarquicamente falando só o famoso andar de cima podia entrar no Simão Rachid. Digamos que de gerente para cima. A plebe ignara, os funcionários comuns, nada ganhavam mesmo que tivessem papel fundamental no processo. No máximo, uma garrafa de uísque importado no Natal.

Os trinta por cento

Lembro de um assessor da diretoria de banco que não existe mais que era conhecido na praça como Fulano de Tal Dez Por Cento. Nisso concordo, nos dias de hoje, mudou muito. Vivo fosse, nosso bom homem seria chamado de Fulano de Tal Cinquenta Por Cento. No mínimo, Trinta. A evolução foi além do aumento do porcentual, a arraia miúda começou a querer sua parte também, ou abria o bocão e estragava o negócio. Já não se faz mais lealdade como antigamente, lamentavam os caras Dez Por Cento.

Marco Zero

Creio que o divisor de águas na corrupção e jeitinhos, tipo saber antecipadamente data e regras de editais de obras públicas, fez um upgrade quando a xerox se popularizou. Aí abriram a porteira, e o boi se foi com corda e tudo. Porque a máquina de cópias era democrática. Qualquer um sabia manejá-la. Quando ainda eram caras as cópias, a máquina ficava na sala do chefe. Depois, foi para uma salinha no fundo do escritório ou repartição.

A vez dos boys

Aí sim a corrupção deu um salto. Nem secretária e muito menos a chefia ia para a salinha do fundo tirar cópia xerox. Mandavam o boy. Foi assim que, no tempo do Sistema Financeiro da Habitação, os boys eram muito requisitados. Eles e as secretárias. “Que mal faz tirar uma copiazinha só?” O pagamento: uma bela cesta de Natal. Ou quem sabe uma viagenzinha…

Ainda não…

…é o epílogo. Tem muita linguiça no meio do pirão.

Na moda, sempre

Centenária, mas sempre conectada com o novo. Assim é a Óptica Foernges, que inova mais uma vez ao lançar a coleção exclusiva “Foernges por Claudia Bartelle”, que traz o aval e a curadoria da influenciadora digital Claudia Bartelle. Com nove modelos entre óculos solares e de grau, a novidade conta com uma variedade de cores para o público feminino ideal para todas as ocasiões.

A Coleção Foernges por Claudia Bartelle foi desenvolvida pela própria influencer e em todos os modelos reflete o seu toque de requinte e bom gosto. Os óculos apresentam design brasileiro com qualidade internacional. Produzidos pela empresa brasileira Clair Mont, de Minas Gerais, contemplam matérias-primas italianas em sua fabricação, como o acetato de celulose. Além disso, no processo fresados feitos a mão com sendo elaborados e minuciosamente projetados com alta tecnologia e ampla diversidade de cores.

Os modelos exclusivos são feitos para mulheres que buscam inovação com ousadia e personalidade ao usarem óculos atrativos que chamam atenção pela proposta moderna, arrojada e extremamente elegante.

Leilão de artes e antiguidades

O colunista social Paulo Gasparotto e o leiloeiro Norton Fernandes Filho realizam, no próximo dia 25 de junho, terça-feira, um Leilão de Arte e Antiguidades. Reunindo cerca de 110 peças, o evento acontece na Di Leone Eventi (R. Dr. Vale, 553) a partir das 19h30. Os interessados serão recebidos com uma mesa gourmet montada pela Chef Juliana Corrêa e Cava Don Román. Um mimo especial produzido pela Dots Chocolaterie fechará a noite.

Fazem parte do leilão esculturas, objetos de decoração, quadros, tapetes e mobiliários, além de vasos, luminárias, bandejas, garrafas e arte sacra. Estarão disponíveis itens do acervo pessoal de Paulo, além de peças de outros colecionadores, incluindo algumas pertencentes ao ex-presidente Getúlio Vargas. Entre as obras colocadas à venda, destacam-se os vasos de Emile Gallè e Charles Schneider e os quadros de Pedro Weingärtner, Ângelo Guido e Siron Franco.

Uma exposição antecede o leilão, e o espaço estará aberto para visitação das 10h às 19h do dia 25 de junho. Os interessados poderão também fazer lances online, pelo site www.nortonleiloes.com.br.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to Memórias de um rotineiro

  1. Gustavo Woltmann disse:

    Gostei muito desse artigo, assunto interessante.

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