Manual da chatice

3 jun • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Manual da chatice

O escritor e poeta Viriato Gomes escreveu um livro nos anos 1970 que ficou famoso, o Tratado Geral dos Chatos. É atual até hoje, e a população dos chatos não só se multiplicou como também surgiram chatos novos, maioria ligados ou adaptados aos tempos da internet.

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Ao mesmo tempo em que a variedade dos chatos também se multiplicou, surgiram exasperantes formas de chatice. E como no filme Eu Robô, até coisas puramente mecânicas ou eletrônicas adquiriram vida própria. Por exemplo, se você digitar a expressão “comida pronta” e enviá-la para alguém, em seguida virão ofertas e mais ofertas de aplicativos ou endereços de quem a fornece.

O pior é que estas mensagens vêm de algum robozinho programado por outro robozinho humano que só sabe desencadear chatices. No Face, então, e mortal. E não há nem como xingá-los.

A SAÍDA PICOLÉ

É a pandemia. Corrigindo, o isolamento. Agora eu entendo melhor porque preso quer fugir. Em outras palavras, o coronavírus foi programado para gerar chatices. E pelo que dizem, vai longe. Na melhor das hipóteses, vamos para o semiaberto. Que é como comer picolé sem tirar a embalagem.

AS DUAS CHINAS

Uma é os Estados Unidos, a outra é a propriamente dita. Em linguajar gaudério, se bem me faço entender. É pior que briga de comadre quando uma encasqueta com a folhagem da outra entrando no seu pedaço. A diferença é que ambas podem dar tapas nucleares e arrasar com a economia mundial, já em pandarecos.

CHINA LATINA

Agora que falei em briga de china, lembrei que tem outra no ar abaixo do Rio Grande mexicano. Brigam até por conteúdo de celulares.

DE VOLTA AO PALAVRÃO

Depois de publicados em jornais, viraram palavinhas. Bunda e bosta já não ofendem mais a tradicional família brasileira, e passaram até a ser publicados por colunistas. O segundo estágio e quando aparecem em títulos internos, como já ocorreu. A glória mesmo será quando chegarem às manchetes. Imagino que a primeira editoria a usá-lo será a de Esportes. Posso até vê-la em todo seu esplendor.

ESSE TREINADOR É UM BOSTA

Pessoalmente preferiria UMA BOSTA, mas tem a opção superior:

ESSE TREINADOR É UM BUNDA MOLE

De novo, a questão de gênero. Melhor tirar UM da frase. Ai a bunda fica unissex.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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