Mágica em títulos

14 jul • A Vida como ela foiNenhum comentário em Mágica em títulos

Máquina de escrever antiga com uma página de papel em branco

Fazer títulos de matérias nos tempos da máquina de escrever exigia prática e habilidade. Não era para qualquer um.  Não tinha o artifício de computador que permite encolher ou espichar espaços. O falecido jornalista Roberto Eduardo Xavier contou um episódio envolvendo assunto.

Diário da Noite, Rio de Janeiro. O diagramador avisa para o cara que faz a a capa que queria um título em três linhas com três toques em cada.

– Como assim? É impossível – falou o editor de capa.

– Dá um jeito.

Jornalismo é sempre assim, na base do “dá um jeito”. Ou é o patrão dizendo “dá um jeito” quando nega um reajuste salarial, ou é o comercial pedindo – ordenando – a publicação de uma matéria que só interessa ao anunciante, ou quando um editor-chefe dizendo “dá um jeito”, quando o editor não consegue fechar a página, mesmo com o deadline a segundos.

Voltando depois de uma breve incursão de queixas no 0800 do “Fale conosco”: O presidente norte-americano, Dwight Eisenhower – apelidado de Ike – tinha confirmado vinda ao Brasil. O editor sentou à mesa, botou uma lauda de papel na máquina e lascou:

IKE

VEM

AÍ!

Não fosse o ponto de exclamação não fechava. E até que melhorou.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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