Janot, o esperto

1 out • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Janot, o esperto

O ex-Procurador Geral da República Rodrigo Janot nunca quis matar ninguém de verdade. Só em espírito. Ele e pelo menos 70 milhões de brasileiros. Na verdade, nós matamos todos os dias nossa mulher, nossos filhos e até os ministros do STF. Presidente da República, ministros, prefeitos, vizinhos, o motoboy que cruzou a sua frente e fez você frear. Queremos até matar quem mata. Mas nunca matamos ninguém, salvo as exceções. Faço essa ressalva porque sempre aparece um engraçadinho perguntado sobre os homicídios em tal lugar.

DUELO NO OK CURRAL

Janot matou de mentirinha sabendo que, mais cedo ou mais tarde, escreveria um livro. Então, guardou esse assassinato como ferramenta de marketing. Confessa-se até a saída do armário para ganhar algum dinheirinho com episódios picantes dentro e fora desse móvel. Armário deveria se chamar de Bom Bril – tem mil e uma utilidades.

ME MATA QUE EU GOSTO

Quando o mata-mata veio a lume, depois da entrevista de Janot ao Estadão, suas excelências do Supremo esvoaçaram em pânico como galinhas avistando uma raposa. Tira o porte de arma do homem, peloamordedeus, não deixa ele entrar no sagrado templo onde brilhaturas togadas preenchem de vazio e monotonia a TV Justiça. E agora, meu Deus, qual xerife vamos chamar se nós somos o xerife?

Ó, MUNDO CRUEL

Olhem, olhando friamente esse faroeste chamado Brasil, os ministros deveriam ter mais medo do povo, aquele mesmo que corre assustado à menor cavalgada de pistoleiros, mas que em desespero pega uma arma ou porrete para ajudar o mocinho.

FILME DE MOCINHO

Pois é, assim chamávamos os heróis dos filmes de caubói quando éramos crianças. A lei, a ordem e a justiça severa sempre venciam. O Mal era derrotado e o vale voltava a ser verde. Me engana que eu gosto. Mas pelo menos tínhamos heróis. Fajutos, mas tínhamos.

FILME DE BANDIDO

Hoje não tem mais mocinho. Tudo é bandido. Se tiver mocinho, acabará no fundo de um valão ou esquartejado pelo tráfico.  Mocinho, hoje, não sabe mais nem atirar. Sua excelência aposentada diz que sabe, mas nunca provou sua, como direito, expertise. Talvez com pistola de espoleta ou daquelas de atirar pluma em alvos de parque de diversão.

POR FIM…

The last but not the least, como escrevia o Zózimo Barroso do Amaral no JB, o melhor jornal que esse país já teve, Gilmar Mendes estava errado quando recomendou que Janot procurasse ajuda médica. Não precisa. Como falei, ele nunca quis matar alguém de verdade.

A PAUSA QUE REFRESCA

CIA Trilhas da Amazônia - Pará_Fábio Grison

Pequei o título desta nota emprestado da Coca Cola, mas prometo que a devolverei no fim do comentário. Já começaram as inscrições para um dos mais fascinantes festivais de folclore do Brasil, o de Nova Petrópolis (RS), em julho e agosto de 2020.

Costa Rica_Fábio Grison

Inscrições para os grupos folclóricos que pretendem participar do 48º Festival Internacional de Folclore devem ser realizadas até 30 de novembro de 2019, impreterivelmente no site www.festivaldefolclore.com.br.

Paraguai_Fábio Grison (3)Eu não me conformo que o festival de Nova Petrópolis não consiga a atenção da chamada grande mídia fora do RS. Deve estar muito ocupada com a reportagem policial do ano.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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