Intimidades explicadas
Fui a um desses eventos chiques por adesão, mesmo que a festa seja dos outros, a conta quem paga é você. Tempos modernos, diria Charles Chaplin acariciando sua bengala, personagem essencial na sua carreira que lhe valeu algumas centenas de milhões de dólares. Bem, a festa era supimpa, comes & bebes de primeira, mas eu segurei meu barco. Como na música de Paulinho da Viola, fiz como o velho marinheiro, que, em meio ao nevoeiro, toca o barco devagar. Afinal, quem nasceu para ser piroga não deve se meter a transatlântico. Mesmo assim, cisquei alguns quitutes aqui e acolá.
Cofiei meu cavanhaque inexistente e refleti sobre a fragilidade das contas correntes, especialmente a minha. O garçom passou o tempo todo me chamando de “meu querido”, sem que eu tivesse lhe dado essa intimidade. Mas vá, lá faz parte. No final, quando pedi a conta, entendi por que ele me chamava assim.
A festa foi no meu.