Havaí
Voltando ao Havaí, afinal somos bicampeões, confesso que lá me sentia muito à vontade, primeiro por caminhar de dia e à noite sem precisar olhar para trás, e segundo porque o Barefoot Beach Café serve comida, bem perto do apartamento que alugamos em frente ao Kapiolani Park. No almoço, comi ali um frango grelhado sobre uma camada de arroz com molho de abacaxi.
Há mesas de madeira ao ar livre, diante de uma praia tranquila, boa para nadar e distante do trecho mais agitado de Waikiki. Ali, o som ambiente é o canto dos pássaros e o marulhar das ondas. Felizmente, sem as rechonchudas bailarinas com seus ukeleles.
Caminhar na sombra das palmeiras, olhando os banhistas na água e as famílias sentadas no cais de pedra ou estendidas em redes, produz uma sensação profunda de relaxamento. O lugar tem música ao vivo gratuita na noite de sábado e no brunch aos domingos, que sempre evitei com medo que os famigerados conjuntos de ukelele surgissem.
Outra boa opção lá são os food trucks em frente ao zoológico. Há sucos e sanduíches e, todos os dias, ofertas especiais: um smoothie acompanhado de panini (bacon, ovos e cheddar ou salmão defumado, cream cheese e vegetais) no café da manhã, US$ 8. Também vendem comida para piquenique na praia – um programão, aliás.
Na postagem anterior perguntei: por que a boa comida tem que ser servida só em restaurantes caros? Alguém sabe? Até hoje nenhuma resposta.
É claro que gostamos de bom serviço, valetes para estacionar, ar condicionado, bons tapetes e projeto de bons arquitetos. E sabemos que tudo isto é caro. Sabemos também que a energia elétrica vai subir mais 30% este ano! E estas coisas ela cumpre. As promessas pré-eleitorais não é mais com ela. Portanto, espere 60%, como não há eleições este ano…Mas falemos em comida, e não em ambientes.
Os ingredientes da comida bem feita são os mesmos da mal feita. O talento de um chef pode brilhar, tanto num restô estrelado ou num fogão com forno e uma frigideira.
Os food trucks surgiram de chefes e garçons que perderam os seus empregos na crise de alguns anos atrás, mas não perderam o seu talento. Muitos foram para a livre iniciativa e, hoje, são donos do seu restaurante móvel. Se ele é bom cozinheiro, fará boa comida. Não estou falando em hidrogênio, aparelhos moleculares, fogões com injeções a vapor etc etc. Estas foram algumas criações do ‘’El Buli’’, na Espanha, que deve ter sido ótimo, mas…já era. Ficou, no entanto, a sua criatividade para ser registrada.
P.S: Uma curiosidade, Buli era o nome do cachorro do dono.