Genialidades a granel

4 nov • A Vida como ela foiNenhum comentário em Genialidades a granel

Naqueles tempos, como a Bíblia começa um causo, naqueles tempos dos anos 1960 íamos ao cinema ver filme cabeça sem pé nem cabeça no Cine Vogue, na Indepê. Sem entender bosta nenhuma, até porque só o diretor entendia e, às vezes nem ele, dizíamos na saída que o filme era uma merda, mas que o diretor era genial. Genial era mais empregado que o horroroso “a nível de”.

O engajado com pretensão a ser revolucionário sentava na mesa do bar, olhava em volta e exclamava: genial! Qualquer coisa, hermética que se assistia ou se lia era genial!  Saía uma música de um compositor engajado e de acordo com a massa com ou sem ovos e lá vinha o genial! Ouvia-se qualquer um de esquerda criticar o capitalismo e se dizia genial! Um dia perguntei a um dos geniosos se ele sentava no vaso e minutos depois, olhava para baixo exclamava genial!

Não duvido que, ao chegar em casa, e fosse para a casinha, do lado de fora se ouvisse um genial!

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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