Gastar ou investir?

9 jan • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Gastar ou investir?

O Governo Bolsonaro pretende rever todos os patrocínios e promoções da Caixa, alegando que é dinheiro demais o gasto em futebol, especialmente, entre outros esportes. Sim e não. Há um perigo enorme na pretensão de que com ou sem publicidade a coisa anda. Inclusive confundir “gastar” com “investir”. E vejo também muitos colegas deitando falação e achando que, sim, o governo deveria efetuar estes cortes.

Concorrência de mercado

Dizer que a Caixa não precisa anunciar é o mesmo que dizer que o Itaú ou o Bradesco não precisam “gastar” esse dinheiro. Em primeiro lugar, há que se separar propaganda institucional e propaganda de produto, sejam cartões, seguros, facilidades ou benefícios para correntistas etc. Tivemos exemplos no passado, quando um banco oficial parou de anunciar e seu cartão de compras, que era campeão, foi para a rabeira do ranking. Foi a típica economia desastrosa.

Devagar com o andor…

Nós da imprensa temos o mau hábito de ter pretensões na área de marketing e propaganda mesmo sem ter o mínimo preparo para tal. E falo de cadeira porque fui publicitário e fui assessor de marketing de uma grande empresa da área financeira. A questão toda é definir as prioridades na destinação da verba. Posso concordar que uma estatal de energia sem concorrentes, por exemplo, não precisa gastar em propaganda institucional. Mas banco, tenham paciência, precisa sim.

…porque o santo é de barro

Limar o investimento publicitário da Caixa é tão desastroso quanto dispor mal estas verbas, especialmente em mídias nada a ver com o público-alvo da instituição.

A vida é uma moleza

gata no calorA sensação térmica, ontem, em Porto Alegre, mais uma vez passou dos 40 graus Celsius. Foi duro de aguentar, especialmente se o vivente tivesse que caminhar na rua. Já a Petit Gateau não precisou fazer esforço físico e aproveitou um tubo da academia do seu tríplex para alongar.

Ar, mais ar!

Fico me perguntando até onde as turbinas dos jatos comerciais podem aumentar de tamanho. Como são cada vez maiores, carregam mais passageiros e carga, o empuxo necessário requer grande potência no motor. E grande potência significa cada vez mais ar para a combustão e também para as laterais, entre a carenagem e a turbina propriamente dita para aumentar o empuxe.

A Boeing instalou pela primeira vez o maior motor de avião comercial do mundo, o GE9X, no novo Boeing 777X. O novo motor tem um diâmetro de 3,4 metros para entrada de ar, praticamente o mesmo tamanho da fuselagem de um Boeing 737, segundo o site Todos a Bordo. Em compensação, as novas turbinas são cada vez mais econômicas. Um 747 gasta menos querosene de aviação que um trijato 727 da década de 1970.

A propósito

A expressão “ar, mais ar”, foram as últimas palavras do pensador François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire.

Jornal do Comércio

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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