Galeto de lá, galeto de cá
Fiquei sabendo que o que nós gaúchos chamamos de galeto, no Rio de Janeiro, tem outro significado. Recebi um e-mail da rede de franquias O Galeto que procura interessados no negócio, com taxa de admissão R$ 250 mil. Pelo que entendi, o galeto deles é na brasa, e é comida típica portuguesa. O nosso galeto começou na Serra Gaúcha, tradição dos italianos. Conta a lenda que, depois que as passarinhadas liquidaram com as aves, eles as substituíram por franguinhos em situação de vulnerabilidade.
Não sei como o governo não vê uma coisa dessas. Se bem que tem uma coisa. Há quanto tempo vocês não comem um galeto de verdade? O que comemos é frango, um galeto maior de idade. Quando o frango atinge a maioridade penal, ele vira galinha. E não tem muita escolha. Ou bota ovo ou vai para a panela. O bom que o galeto gaúcho é prato com muitas opções. Hora é galeto, polenta e massa; hora é massa, polenta e galeto; ou polenta, galeto e massa, a gente até se perde com tanta variedade.
E tem a sobremesa. Geralmente, as nossas galeterias oferecem os doces em tigelinhas com porções tão pequenas que nem dá nem sentir o gosto. A gente sabe que é sagu quando é vermelho bordô, e pudim quando a cor é de amarelo-desmaio. No arroz-de-leite, que se identifica por ter pitadas de pós marrom por riba. É canela. Naquelas cumbuquinhas, cabem folgado pelo menos uma dúzia de grãos de arroz.