Fundamentalismo guasca
Ao ler sobre a desunião de políticos gaúchos em comparação com seus colegas nordestinos, que remam unidos por uma causa regional e não apenas partidária, mais uma vez me vem à mente o que até os cuscos de galpão e as corujas de corredor sabem: somos um Estado de desunidos, caranguejos que nunca conseguem escapar da cesta porque os de baixo puxam os de cima para baixo. De alguns tempos para cá, ouço muito executivos aculturados afirmarem que aqui impera o grenalismo. Sim, mas só um detalhe: o ele é consequência, não causa. Para entender a nossa alma, isso é fundamental. Vem lá de trás e cada vez mais turbinado nos tempos atuais.
O que impera aqui é o fundamentalismo guasca, a versão gaudéria do fundamentalismo islâmico. Crê ou morre. Aqui, quem não é amigo é inimigo. Cultivamos urtigas em vez de flores. Os reflexos são observados no dia a dia. Como já disse um desembargador amigo meu, somos um Estado de adversários.
(Publicado há exatos quatro anos e continua atualíssimo).