Fundamentalismo guasca

16 mar • A Vida como ela foiNenhum comentário em Fundamentalismo guasca

 Ao ler sobre a desunião de políticos gaúchos em comparação com seus colegas nordestinos, que remam unidos por uma causa regional e não apenas partidária, mais uma vez me vem à mente o que até os cuscos de galpão e as corujas de corredor sabem: somos um Estado de desunidos, caranguejos que nunca conseguem escapar da cesta porque os de baixo puxam os de cima para baixo. De alguns tempos para cá, ouço muito executivos aculturados afirmarem que aqui impera o grenalismo. Sim, mas só um detalhe: o ele é consequência, não causa. Para entender a nossa alma, isso é fundamental. Vem lá de trás e cada vez mais turbinado nos tempos atuais.

 O que impera aqui é o fundamentalismo guasca, a versão gaudéria do fundamentalismo islâmico. Crê ou morre. Aqui, quem não é amigo é inimigo. Cultivamos urtigas em vez de flores. Os reflexos são observados no dia a dia. Como já disse um desembargador amigo meu, somos um Estado de adversários.

(Publicado há exatos quatro anos e continua atualíssimo).

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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