Foi seu Cabral

17 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Foi seu Cabral

No tempo em que eu era comentarista do Jornal Gente da Rádio Bandeirantes, que Cláudio Quintana Cabral, o melhor analista esportivo da praça na minha opinião, já falecido, começou a usar a expressão “estado anímico” dos jogadores e torcida. O pessoal gostaram, como dizia Nego Taista, e começou a usá-la a torto e a direito. Até cachorro triste estava com estado anímico abaixo do fiofó dele.

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Pois não ouço mais ninguém falar em estado anímico, logo agora que estamos com estado anímico pior que o cusco da nota acima.

ESTADO DE RISCO

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse ao Timeline, da Gaúcha, que é preciso lembrar que o Rio Grande do Sul é um estado com número elevado de idosos. Bem lembrado. De fato, temos mais. Talvez por isso municípios da Serra que ganhavam campeonato de longevidade foram campeões de casos lá atrás.

O GENERAL INVERNO

Também poderia ter dito que nosso inverno, a combinação de chuva, frio e umidade alta, favorecem a transmissão tanto do corona quanto da gripe influenza, a comum. Aliás, o vírus da influenza nasceu na segunda metade de 1910. Espalhou-se mais rápido que fogo morro acima e água morro abaixo.

TRINCHEIRAS DE MORTE DUPLA

A I Guerra Mundial estava em curso, na Europa lutava-se em trincheiras imundas atrolhadas e cheias de piolhos, percevejos, ratos, baratas e higiene pessoal zero. Dali para se espalhar na população subnutrida e com saneamento básico precário foi um upa. E em outro upa espalhou-se pelo mundo inteiro.

O CASO DAS FAVELAS

Não saberia dizer em outras grandes cidades, mas em Porto Alegre, nas favelas, o baque foi menor, quando muitas delas se parecem com as trincheiras da I Guerra Mundial. Mas a explosão de casos não aconteceu, ao contrário.

No início, era doença de rico viajado, bem nutrido e cheio de prevenções e precauções com a saúde e higiene pessoal. Hoje, sabemos que o vírus também viaja e dorme nos becos, mas não sabemos o porcentual. De casos e mortes, sublinho.

A vantagem do pessoal de baixa e baixíssima renda não seria, por isso mesmo, cheios de anticorpos? Um bom número de médicos tem me confirmado que pode ser por ai, mas é um “por aí” titubeante. Pero que las hay, las hay.

SEMPRE MAIS DO MESMO

O diabo é que os leitos de UTIs estão cheios e não há sinal de platô a vista, muito embora a velocidade de novos casos venha diminuindo. Parece claro que o tempo frio e chuvoso ajuda o Nojento. Esse sim está com o estado anímico bem pra cima.

DO MUNDO PARA O BRASIL

Jornalistas&Cia lança em agosto o projeto internacional multiplataforma MediaTalks by J&Cia, iniciativa que pretende acompanhar os avanços da imprensa no Brasil e no mundo, debater tendências e questões que impactam o Jornalismo, repercutir nacional e internacionalmente o Quality Journalism, avaliar a Sustentabilidade dessa indústria e inspirar o aprimoramento da atividade, com especial atenção ao Brasil.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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