Falta alguém em Nuremberg

30 jan • Caso do Dia1 comentário em Falta alguém em Nuremberg

 As chacinas no Ceará – 10 no domingo e 14 no sábado – fazem parte do calendário de execuções em massa das facções criminosas em todo o país, inclusive aqui. O motivo dessa guerra é fácil de explicar. Em estudo feito há dois anos, a Brigada Militar verificou que mais de 85% dos homicídios na Região Metropolitana têm drogas e sua venda como epicentro. Logo, o coautor das chacinas é o usuário de drogas. Apenas em torno de 30% dos usuários se tornam dependentes da droga, o resto é usuário eventual e festeiro. São os médicos e pesquisadores que dizem isso, não eu.

 Ah, mas o dependente químico é um coitadinho. Não é. Não era viciado quando deu a primeira cheirada. Admito que os traficantes seduzam a gurizada que de nada sabem e, em pouco tempo, ficam viciados em crack, especialmente, e vão trabalhar para eles. Mas até um poste de subúrbio sabe que o crack é mortal com poucas cachimbadas. Então não é por desconhecimento.

 Esse é o grande paradoxo. Cada vez que alguém dá uma cheiradinha, aperta o gatilho de algum membro de facção.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to Falta alguém em Nuremberg

  1. Cid Vanderlei Krahn disse:

    A pergunta a ser feita é a seguinte : Existe alguma chance de acabar com o consumo de drogas ?
    Se não há, então é o caso de ser feito o q se fez com o cigarro. Legalizem a produção e o consumo, arrecadem impostos com isso (vide EUA) e passem a usá-lo para fazer campanhas de conscientização. O cigarro, que era uma porcaria antigamente, a gente ia a qualquer lugar e havia um monte de gente fumando. Saíamos de restaurantes, ônibus, festas, etc.. cheirando a cigarro. Hoje, o consumo diminuiu sensivelmente, e a situação ainda não é a ideal, mas está controlada. Imagine o inverso, o cigarro na clandestinidade. Teríamos os mesmos problemas da droga: traficantes, usuários ocultos, crimes, etc.. (melhor exemplo escancarado da história : Lei Seca nos EUA.). Ou seja, enquanto continuarmos com nesta guerra que já nasceu perdida, vamos continuar com esta lenga-lenga de culpar usuários, polícia, fronteiras, etc…Insistimos numa besteira que mata quem não tem nada a ver com o peixe e consome uma tonelada de dinheiro, sem nenhuma perspectiva de solução afora a legalização. Se os americanos, que tem o maior PIB mundial, polícias de todo o calibre, são a maior potência econômica e militar da História, não conseguem acabar com o problema, vamos nós acabar com ele

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