Eu, vírus

18 jun • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Eu, vírus

Vocês humanos são engraçados. Contam como foram criados ora a partir de uma costela, ora como um acidente da natureza, quando não com origem de outras galáxias. Acham-se os reis da cocada preta mesmo que desde o nascer façam de tudo para se aniquilar mutuamente. Mas cantam marra como se divinos fossem. Pobres coitados. Eu, meus irmãos e primos nascemos antes de vocês. Vocês ainda viviam em árvores.

FINGIMOS QUE FOMOS…

Ao contrário de vocês, evoluímos para renascer constantemente. E cá entre nós e nosso virologista, a rigor nem seres vivos somos, mera capa de proteína que precisa da célula humana para se reproduzir. E temos feito isso com enorme prazer. Verdade, com o tempo ficamos mais mansos e até nos escondemos, mas como naquele filme no samba dos Demônios da Garoa, oi nóis aqui traveiz.

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…OLHA NÓS OUTRA VEZ

As vacinas? Ora, não me façam rir. A cada uma que tomam impedem o fortalecimento da raça humana. A lei do mais forte, morou, Moraes? Se não morou até agora, não mora mais. Seres frágeis e incompetentes derrotados por algo que nem mesmo enxergam sem uso de microscópios. Olha aqui, o pusilânime, eu sou o Davi, vocês os Golias, fracotes e metidos a besta.

PAUSA PARA CULTURA MUSICAL

Os Demônios da Garoa criaram este nome porque no Rio de Janeiro existia um conjunto chamado Anjos do Sol.  Fim da pausa. Avante.

NO COMPASSO DO TEMPO PERDIDO

E além dessa bronca de pandemia, somos um país que não toma tenência. Olha o grenal em que nos transformamos. Um grita mata, e outro, esfola. Falta uma banana nas armas da República.

QUANDO EU ERA PEQUENINO

Sempre me diziam “estude”. Então estudei e cheguei onde cheguei. A duras penas, diga-se. Em uma quadra da vida estava eu matutando em voz alta sobre o excesso de azares e falta de sortes. Um amigo de colégio, um ser que labutava como um cão, mesmo com dois canudos universitários debaixo do braço, botou as mãos nos meus ombros.

– Meu amigo, eu cometi três grandes erros na minha vida: sai do interior, estudei e casei. Três âncoras que deixaram meu navio fundeado no porto.

PARA ONDE VOU?

Deve estar se perguntando o ministro Weintraub, defenestrado da pasta da Educação e hoje sem eira nem beira. Dizem que o chefe pode nomeá-lo embaixador em Portugal. Os diplomatas de carreira da Casa de Rio Branco já estrilaram, e com toda razão.

UMA CASA PORTUGUESA SEM CERTEZA

Se seu nome for enfiado goela abaixo  do Itamaraty, não será grande consolo para ele. Se ainda fosse para o circuito chamado antigamente por Elizabeth Arden, Washington, Londres e Paris, tudo bem… Mas ser cabeça de sardinha é brabo. Ser rabo de baleia talvez fosse melhor.

NORMAS ISO

Quando estas normas de qualificação surgiram, nos anos 1990, toda empresa queria ter a ISO 9000 e, em seguida, as demais que vieram., 9002, 9004 e outras. Bom para o jogo do bicho. Era um festival de números significando… significando o que mesmo? Fazer tudo igual, ora. A mesma peça, o mesmo equipamento, o mesmo procedimento.

PROPAGANDA VERAZ

No auge das ISO, final de 1990 inicio de 2000, uma casa noturna de Porto Alegre colocou uma faixa informando que as garotas da casa tinham a norma ISO 9000 mil. Finalmente vi uma propaganda não-enganosa.

EU IA DIZENDO?

Ah sim. O isolamento e suas circunstâncias tem norma ISO 9000. É tudo igual, todo santo dia passamos pelas mesmas coisas e recebemos as mesmas informações com alterações apenas nos números. Ô, coisa chata. Nem ponto de exclamação merece.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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