Especialistas em crise
Quando se consumou o Brexit, previa-se sexta-feira negra, segunda-feira negra, ninguém sabia o que aconteceria na economia e bancos, mas ontem tudo esteve calmo – provisoriamente. Certamente o pré-pânico europeu deveu-se porque eles não têm, como nós, sobressaltos diários. É de vez em quando que por lá a onça vai beber água, no resto é uma monotonia só. Até crise por lá é agendada. O pânico e temor de quebradeira teria sido consequência da pouca prática dos europeus.
Imagine se um país europeu tivesse não só uma recessão como também uma crise institucional há meses e meses como a nossa. Bom, eles lá tiveram a Bósnia, é verdade, admito. Crise institucional em termos acontece na Espanha, onde nenhum partido tem maioria e não conseguem formar o gabinete. Mas a vida continua, o funcionalismo público funciona porque lá não existe essa contaminação partidário-ideológica como aqui.
Nos anos de hiperinflação brasileiro, de até 2.400% ao ano, executivos brasileiros eram admirados no exterior porque conseguiam corrigir o rumo da nau diariamente, até. Lá, como me disse um executivo alemão, as empresas fazem seus planos em dezembro e depois tudo vai no piloto automático com algumas correções na rota. Aqui é no sufoco.