Escravos de Jó
De um tempo para cá, estou me lembrando muito dessa canção infantil, mas hoje é de adulto. Repetição de decretos sobre o que pode abrir e pode fechar nos deixa escravos de decretos.
Se eu já me atrapalho todo com o vaivém da porteira, imagina o pequeno comerciante. Até o médio fica na dúvida. Correção: o grande também.
Então eu queria cantar, mas não posso. Nenhuma perspectiva no horizonte visível. Vacina? Seria um milagre se saísse uma agora, e seria um milagre ainda maior se chegasse aqui em um prazo razoável.
Parece que estou vendo no jornal que faltam ampolas. Se não forem as ampolas, será o frete, ou a burocracia. Urubu quando está de azar, o de baixo faz cacaca no que está voando em cima.
Medicamento eficaz? Pode ser, mas com efeitos colaterais. Você está muito negativo, dirão vocês. Sim, hoje. Amanhã estarei curado.
O que eu temo é a insubordinação total visto que Porto Alegre tem menos de 100 mortes para uma população de 1,4 milhão de pessoas.
Ao invés de Escravos de Jó, lembrou mais o samba “você abusou, tirou partido de mim, abusou…” Foi só abrir uma nesga da porteira, e a população quis passar uma boiada. Agora, confina no brete, de novo.