Engenhosidade humana
Por pior que a situação pareça, a engenhosidade humana vence qualquer obstáculo, menos aquele que vocês estão pensando. Todos conhecem a história da Apolo 13, quando deu um crepe no módulo e a tripulação estava fadada a morrer por falta de oxigênio não fosse a criatividade dos caras da NASA.
Revi um documentário no HC sobre a fuga de três assaltantes de banco da The Rock, a ilha de Alcatraz, em San Francisco. Em 12 de junho de 1961, três detentos fugiram dela – um quarto amarelou – os irmãos John e Clarence Anglin e Frank Morris. Um ano e meio de planejamento, túnel cujo ar vinha do fole de uma concertina, tipo a nossa gaita de oito baixos, jangada feita de dúzias de capas de chuvas velhas. Para enganar os guardas, colocaram nos catres rostos feitos com jornais, papel higiênico e cabelo tirado da barbearia da prisão. Estou contando só a parte essencial, o caso todo é assombroso.
Nunca foram achados, vivos ou mortos. Há relatos diversos que alimentaram lendas urbanas, foram vistos aqui e acolá – até para o Brasil entrou na lista. Torço para que tenham logrado êxito na empreitada. A dor ensina a gemer, a necessidade é a mãe da invenção, são dois de uma série de brocardos milenares que resumem a ópera.
Às vezes, temos que agradecer o infortúnio.