El Niño e a urna
Eleição é como o El Niño, não tem clone, não tem nenhuma igual à outra. A versão 2018 é singular, e não apenas pela alta rejeição do eleitor à política tradicional e seus figurantes. Se as anteriores pecavam pelo tempo muito longo da campanha na TV, a versão deste ano é curta demais. In médio virtus, creio. Mas tem mais.
Tempo curto
Lá e cá muito candidato vai virar Enéas. Candidatos e partidos com poucos segundos abundam. E se o candidato a governador terá pouco tempo para vender seu peixe, imagina os que disputarão as Assembleias Legislativas e a Câmara dos Deputados.
Sempre os mesmos
Não precisa ser muito esperto para deduzir que são muitos os candidatos mas poucos os escolhidos pelas cúpulas para ocupar o microespaço. As siglas só apostam nos nomes bom de voto, o que significa prestigiar quem tenta a reeleição.
Sem fenômenos
Outra coisa singular nesta eleição é o espaço de tempo entre o começo da campanha e a aparição no horário gratuito. Tem que usar as redes sociais, mas a legislação é muito restritiva. Sempre aparecerá alguém que descobriu algum ovo de Colombo. E, depois, nós diremos que ele ou ela são um fenômeno. Negativo. Fenômeno é uma consequência lógica de um evento que nós não detectamos a tempo.
Cheirar e matar…
Eu não entendo. Um sujeito atravessa sinais vermelhos na Zona Leste de Porto Alegre, bate em um Peugeot tripulado por uma mulher, que morre. Ele é pego com cocaína mais adiante, e foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção).
…e só um passo
Como assim, sem intenção? Quando ele cheirou assumiu a possibilidade de causar mal a si e aos outros por estar com a consciência alterada. No país dos meus sonhos, ele seria indiciado por homicídio doloso (com intenção). É por estas e outras que este país é a zorra que é.
Expoagas 2018
Segundo o balanço divulgado pelo presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antônio Cesa Longo, a 37ª Convenção Gaúcha de Supermercados – Expoagas 2018 atingiu R$ 508 milhões em negócios nos dois dias da feira. Missão cumprida. E como.