É ruim

6 jan • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em É ruim

Viver em um país como o Brasil é ruim, mas é bom. É ruim porque nada funciona, somos prisioneiros de uma máquina cara, burra, ineficiente e que nos arranca o couro de tanto imposto. Somos um país onde 70% da população é analfabeta funcional, onde a educação nunca foi prioridade, embora devesse sê-la, sem perspectivas de aumento de renda, de ter boas estradas, pontes e ferrovias. Vamos melhorando, mas ainda voamos como galinhas.

É BOM

Viver em um país como o Brasil é bom se comparado com outras regiões do planeta. Quem trocaria um salário de merda para ser rico em Bagdá, em Teerã, na Síria, Mali ou Congo? Quem gostaria de conviver com homens-bomba e religiões que se alimentam do fanatismo, cujas famílias são dilaceradas ou pelas bombas ou por cizânia religiosa entre seus membros, com vegetação parca, clima infernal e água racionada mesmo suja?

OS ADVOGADOS

Ontem um colega desabafou em voz alta na redação, perguntando por que alguns podem folgar no Natal e no Ano Novo e conseguem tirar férias em janeiro ou fevereiro. Eles têm bons advogados, respondi, que mesmo sendo uma metáfora resume bem o que faz alguns de nós viverem uma vida tranquila e segura. E você, gostaria de ter um bom advogado no Oriente Médio ou na África?

TERRA DE ESCORPIÕES

Em resumo, é disso que se trata. Vejam o caso da crise EUA-Irã depois das provocações e vandalismo na embaixada americana em Teerã e a resposta via míssil que matou o cérebro da Guarda Revolucionária Iraniana. A retaliação virá, provavelmente sob forma de atentados suicidas e especialidades afins em que crianças valem o mesmo que traque de escorpião.

O INIMIGO CHAMADO SACHÊ

Eu ia comentar como neste país não se consegue nem mesmo fazer sachês de mostarda ou pacotes de biscoitos que sejam amigáveis para abrir, mas minha (e a de vocês) exasperação caiu por terra quando comecei a imaginar o que virá pela frente. Não só para aqueles povos do Oriente Médio, mas nos próprios EUA e cidades europeias.

CORRA QUE A POLÍCIA NÃO VEM AÍ

Se lá eu vivesse, ao primeiro atentado suicida na cidade, correria de volta ao Brasil com todas as barbaridades fiscais, buracos de rua, ineficiência dos governos, do corporativismo que acabará nos levando ao inferno fiscal. A tragédia humana consiste justamente nisso: por pior que seja a nossa situação, é bem melhor que a situação desses povos e países.

PENSAMENTO DO DIAS

O prefeito Nelson Marchezan Jr. gosta muito de buracos. Tanto que nem manda tapá-los.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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