Dos temores gerais…

12 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Dos temores gerais…

…além Daquele Que Foi Só Ducha, o  medo de que o isolamento vá e volte como sanfona de oito baixos. Abre, fecha de novo, reabre, e assim iremos nós para o quinto dos infernos do isolamento vai e volta como se bumerangue fosse. É o que dizem os especialistas. O único consolo é que especialistas, de modo geral, erram mais do que acertam.

EFEITO SANFONA

Ninguém aguentaria esse ciclo. Salvo se o número de internações e fatalidades ultrapassar e muito os prognósticos. Assim como fora de um pesadelo que sai do sono e faz parte do consciente, como se cafezinho fosse, durante o dia inteiro.

SEU GUEDES É O TAL

O ministro que sustenta o templo bolsonarista disse que 200 milhões de trouxas são reféns de meia dúzia de bancos, de meia dúzia de empreiteiras e de um número reduzido de grandes corporações. Não dá para dizer que fico satisfeito com o diagnóstico do doutor, mas me consola que venho escrevendo sobre isso há muito tempo. Desde os anos 1980, para falar a verdade.

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Quando a VW e a Ford compartilharam as plataformas do Verona e Apolo, eu pensei cá com meus botões: lá se foi o boi com corda e tudo. Vai sobrar só meia dúzia de montadoras grandes no mundo. Foi o big bang da indústria automobilística. Nos anos 1970, já surgiam os conglomerados financeiros, que engoliram ou quebraram os pequenos bancos.

MUITOS ESCOLHIDOS, POUCOS CHAMADOS

Dali para a frente a taxa de letalidade de fábricas de automóveis independentes subiu reto como uma vela. Os grandes bancos ficaram cada vez mais altos e robustos. A palavra de ordem quase virou editoria dos jornais, fusões e aquisições. Conseguimos a proeza de erguer um funil ao contrário, o bico para cima.

A FALTA QUE ELES FAZEM

Empreendedores temos poucos no Brasil. Poucos e cobiçosos em demasia. Evidentemente, não é uma generalização. Aqui mesmo nesta querência amada você pode observar que as premiações e homenagens a empresas e empresários praticamente não mudam. E quase não há sangue novo. É como biscoito que sai da forma, tudo igual. É uma tragédia.

A CIDADE DO UM

Certa vez apelidei Porto Alegre de Cidade do Um. Só tinha uma grande churrascaria, uma galeteria, uma boate famosa, um cabaré de fama nacional, e até um só clube de futebol. Quando o Grêmio estava por cima, o Inter estava por baixo e vice-versa. E não havia, como ainda não há, mercado publicitário para uma grande empresa jornalística não significa que não temos bons jornais.

Quando a Caldas Júnior do doutor Breno Caldas imperava, o Diário de Notícias (Associados, a Globo da época) agonizava; quando a Casa de Caldas passou a respirar por aparelhos, a RBS engoliu essa grossa fatia. Rumamos para o Mundo do Um.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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