Diário do isolamento

24 abr • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Diário do isolamento

A CURVA de evolução de infecções do Johns Hopkins mostra um achatamento em casos e mortes. A CURVA de casos no Brasil, exceções à parte, vai baixando.

A CURVA de casos novos no Sul vai se achatando. Hospitais como o Pavilhão Pereira Filho, da Santa Casa de Porto Alegre, preparado para um congestionamento, está no modo “onde estão os doentes?”

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SE tudo está achatando, por que não achata o número de chatos que insistem que tudo está como dantes do quartel dos Abrantes, nada de novo no front? Sim, ainda não chegou ao happy end que gostaríamos, mas, caramba, tudo vai de mal a pior na visão dos catastrofistas.

PARECE até que torcem pelo pior ao não acreditar nos números e gráficos. O alemão, com suas longas e precisas palavras, tem uma definição para isso: Schadenfreude. A alegria pela destruição.

VIVER numa bolha, você gostaria de? Essa história de gente que foi obrigada a trabalhar em casa ser uma tendência definitiva não é bem assim. Nos primeiros dias era mais medo do que resignação.

NA segunda semana, já estava olhando a folhinha. Tensões domésticas, vontade de ir para a rua, essas coisas da liberdade.

ATÉ entendo que muitos tornam definitiva essa opção, mas viver em uma bolha não permite que você conte ou ouça piada nova, não permite ouvir de viva voz sem celular o que o dono da quitanda, seu vizinho, seu colega de trabalho, tem a dizer, nem mesmo deixa você sentir o famoso Mercado inerente à sua profissão ou atividade. Para com essas cachaça pensando que todos gostam de não estar nas ruas.

AS ruas estão saudosas de gente. Elas precisam de gente. E nós precisamos delas.

CERTA vez, um amigo que havia se separado teve que apelar para morar em um hotel. Em uma suíte de hotel cinco estrelas. À guisa de consolo, disse que, pelo menos, tinha todo o conforto.

Um mês depois ele contou que não aguentava mais. Falou que, a essa altura, morar em um quartinho com beliche dava no mesmo. Exagero, claro, mas faz sentido.

OLHA que vai ter veículo que vai pagar caro pela opção que escolheu. Trabalhar usando o fígado nunca foi legal. Cega.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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