Diário do isolamento
CAVALO ganha uma vez, sorte; cavalo ganha duas vezes, coincidência; cavalo ganha três vezes, aposta no cavalo. Assim caminha Jair Bolsonaro. Nas primeiras vezes em que pisou no tomate, havia um sentimento que foi escorregadela verbal, ou frases de efeito para agradar os eleitores e dar cotoveladas na esquerda.
NA MEDIDA em que o tempo passava, essas granadas de efeito moral, deixaram de ser encaradas como balas de festim e passaram a ser levadas a sério. Muitos aplaudiam, e, não se enganem, eram muitos mesmo. Não só os riquinhos, mas também os pobrinhos. Do Capitão, dizia-se que ele não tinha noção do estrago que causava. Algo tipo o trabalho de uma retroescavadeira. Erro. O cavalo vencera pela terceira vez.
O TERCEIRO estágio do foguete Bolsonaro foi quando houve uma queda generalizada de fichas. O homem não era do time dos sem-noção, virou Chapolim: sem querer querendo. Eventuais recuos devem ser entendidos como morde e assopra. Ele queria testar o limite do rompimento da virada. Sua presença nos atos que pediam o fechamento do Congresso causaram o início do rompimento da corda. Como nos filmes em que alguém está pendurado em uma, e vê seu destino sendo selado fibra por fibra.
O FUTURO a Deus pertence, como não disse o ministro do STF Sepúlveda Pertence. Hoje o futuro pertence ao Congresso,ao Supremo e ao clamor ou aplauso das ruas. Não nos enganemos. Ele ainda tem muito apoio. Dos riquinhos e, sobretudo, dos pobrinhos. Dependendo do fim da pandemia, também da turma do meio. Aquela que sonha em morar na cobertura do prédio.
TENHO ficado em casa. Trabalhando em casa. Enchendo o saco em casa. Saio como quase tudo mundo sai, para o supermercado ou caixa eletrônico, essas coisas tão comuns que viraram privilégio. Fui ao dentista e o doutor Caio Selaimen me brindou com uma máscara bala, dessas que não e sai nem entra nada afora o ar. E olhe lá.
Pensamento do Dias
Com essa montanha de impostos que pagamos, não era nem de ter favela.