Diário de uma vida nova

16 mar • Caso do Dia2 comentários em Diário de uma vida nova

Dia 4, quinta-feira. 15 de março.

02:00

Eu e o Imperador

Alea jacta est, a sorte está lançada, falou o Imperador Júlio Cesar quando atravessou O Rio Rubicão em 49 a.C. Baixo domingo no Hospital São Francisco da Santa Casa de Porto Alegre para operar um câncer no reto, cirurgia que deverá ser feita segunda ou terça. Nos falamos depois.

Visão de retaguarda

Vou saber do doutor Daniel da possibilidade de me instalar uma câmera de ré. Pôxa, até carro 1.0 tem uma. Afinal, antes e depois da anestesia gostaria de ver o panorama visto da ponte. Pensei em botar um alerta de colisão, ou pelo menos sensores de obstáculos. Pensando bem, melhor não. Eles passariam toda a cirurgia apitando. Vá que acorde com eles.

Custo baixo

Mas câmera de ré seria um boa pra os pacientes. Algumas são minúsculas e podem, quem sabe, ser afixadas no corpo até com um band aid. E são impermeáveis, pode tomar banho sem problema. Esse útil artefato colante só tem um problema: alguns não colam e outros não saem.

Equipamento de série

A medicina fez grandes progressos e alguns extraordinários na última década, que possibilitam aumento na expectativa de vida, mas em acessórios, como os que mencionei acima, ainda está devendo. Controle de tração nas pernas, por exemplo, para evitar que a gente patine em pisos escorregadios, air bag para colisões frontais e laterais – os obesos já nascem com eles – controle de descida, entre outros.

Melancia com defeito

Sempre se diz que a natureza é sábia. Não concordo. Se fosse, melancia tinha alça e abacaxi viria em gomos, como bergamota (mexerica). Mesma coisa no corpo humano. Assim como na aviação, ele deveria ter sistemas redundantes em todo o complexo mecânico, hidráulico elétrico e eletrônico. Pifa um e tem mais dois ou três em stand by.

Sistemas redundantes

Longe de mim querer ter tudo triplicado ou quadruplicado, mas ter dois fígados, dois pâncreas, dois órgãos genitais e dois corações não seria má ideia. Pifou um tinha outro de estepe. Com aortas e coronárias em dobro também. No meu caso, da cirurgia que farei, ter dois reto não é má ideia – é reto ou retos o plural? Não vou querer que a gente tenha todos os órgãos do corpo em dobro, mas pelo menos os essenciais.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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2 Responses to Diário de uma vida nova

  1. LUCIANA DA C MOGLIA disse:

    Querido amigo, vou ficar na torcida para que tudo corra bem!! Texto brilhantes! beijão

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