Diário de uma vida nova
Dia 3, quinta-feira, 15 de março.
02:00
Expectativa
Reina grande expectativa. Frase que, invariavelmente, era usada pelos jornais em décadas passadas. Fosse qual fosse o evento, sempre reinava grande expectativa, mesmo que ela não reinasse. Bem, no meu caso, ela é verdadeira. Falei com o doutor Daniel Azambuja hoje e ficou no seguinte: eu baixo domingo no Hospital São Francisco da Santa Casa, faço uma série de exames complementares para localizar exatamente o tumor e, a partir disso. vamos para a quimio/radioterapia antes ou depois da cirurgia. No primeiro caso, seria para diminuir o tamanho do tumor. Se tudo der certo – e dará –, o tumor ficará em um tamanho tal que a cirurgia posterior será complementar, com menor invasão de terras produtivas.
Tumor gordinho
Tudo a ver, porque não gosto de tumores gordinhos, mesmo antes de ter um. SE tudo der certo, a cirurgia será menos invasiva, acredito. Falo como leigo e sem ter certeza de nada, mas quero compartilhar com vocês essa mudança de rumos – a confirmar.
O peso dos amigos
Ontem fui no almoço do Tá na Mesa da Federasul, com palestra do governador José Ivo Sartori. Até sexta-feira, pelo menos seguirei fazendo a Página 3 – Começo de Conversa, do Jornal do Comércio. Barco parado não ganha frete e jornalista tem síndrome de abstinência se não escrever. Fiquei comovido com a quantidade de pessoas que leem meu blog e vieram falar comigo para dar sua força.
Sessão das Nove
Hoje, quinta-feira, vou ter mais uma sessão com minha família para acerto de detalhes burocráticos da vida, pagamento de contas e essas miudezas que afligem a vida da gente tal como os micróbios infernizam nosso corpo.
O tamanho do micróbio
Falei neles e lembrei de uma história que me contou o recém-falecido Júlio Aristeu Rosa, meu colega de ginásio nos anos 1950 e grande amigo. Ele dava risada quando leu em um livro a definição perfeita desses microrganismos: “micróbio é tão pequeno que um monte dessa altura a gente não enxerga”, e ilustrava com a mão esticada para a frente.
O doutor Ross
Naqueles tempos, era vendido um medicamento contra prisão de ventre chamado Pílulas do Dr. Ross, bolinhas que se ingeria conforme o tamanho da prisão. Se fosse como o nosso Presídio Central, acho que precisaria de meio tubo ou dezenas das pílulas do Ross. Deve ter enriquecido vendendo bolinhas.
Tamanho não é documento
O produto tinha um jingle fabuloso que marcou gerações. A letra era assim: “Pílulas de vida/Do doutor Ross/Fazem bem ao fígado/De todos nós” (curta no https://www.youtube.com/watch?
SAC da pílula
Tudo bem, meu caro Ross, mas se era bom para o fígado onde entrava a prisão de ventre? Ou é tudo samba de uma nota só?
Ventre livre
Prisão de ventre tem semiaberto? E pena regressiva? E advogado, precisa? Nunca elucidei essa dúvida cruel com o intestino. Imagina, habeas corpus para não ir para a prisão de ventre.
Caro Albrecht: pronto restabelecimento e te esperamos o mais breve possível na nossa Redação.
Obrigado! Abraço
Boa sorte! Tudo vai dar certo … Adorei a escrita.