Diário da peste

3 abr • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Diário da peste

A GRIPE  A1N1 matou 780 pessoas no Brasil, no ano passado, mais que o Covid-19 até agora. Durante a pandemia, foram registrados 2.060 óbitos pelo vírus Influenza no Brasil, em 2009. Quem comandou as ações foi o ex-ministro e médico Osmar Terra. A taxa de letalidade era muito maior, em torno de 10% em geral.

A VACINA surgiu rapidamente porque era o vírus modificado da influenza, velha conhecida da medicina. Por isso vai demorar a vacina do corona. Agora, imaginem, se no tempo da H1N1, existissem tantas pessoas quanto hoje nas redes sociais, o barulho que iriam causar. Tudo que ajuda também pode prejudicar. Esse é o carma da humanidade. Os antigos, especialmente os orientais, já falavam isso.

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MINHA visão sobre o tempo que estamos vivendo é que, tanto os médicos quanto os agentes de comunicação, estão vendo a doença com binóculos, com pouca ou nenhuma visão lateral, do conjunto. Para complicar, ninguém abre mão das suas crenças. Mesmo se o vírus recombinar, estarão vendo o original de fábrica e não carro depois de ter rodado bastante.

ISSO pode desencadear uma visão esquizofrênica do drama e do seu ator principal. Por mais zilhões de modelos matemáticos que usem, nenhum deles utiliza o imponderável na equação. E  nem poderiam, porque aí já seria o ponderável. Em resumo, falta o conhecido não contavam com minha astúcia.

OUÇAM o que diz o médico Fernando Lucchese, diretor da Santa Casa de Porto Alegre. Dez em cada dez gaúchos sabem quem ele é.

NUNCA na sua história o Brasil viveu tempos tão esquisitos. Não só com o vírus, mas pelo comportamento ilógico da sua população. Dá para dizer que enlouquecemos de vez, e em tempo real.

PARA completar a desgraça, a Santa Inquisição está de volta. Basta não concordar com a gaiola dos loucos para ser linchado. Em breve, queimado vivo. Porque você é o coronavírus.

CASO se mantenha lúcido, tome cuidado. Em terra de cego, quem tem um olho é expulso.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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