Diário da peste
A GRIPE A1N1 matou 780 pessoas no Brasil, no ano passado, mais que o Covid-19 até agora. Durante a pandemia, foram registrados 2.060 óbitos pelo vírus Influenza no Brasil, em 2009. Quem comandou as ações foi o ex-ministro e médico Osmar Terra. A taxa de letalidade era muito maior, em torno de 10% em geral.
A VACINA surgiu rapidamente porque era o vírus modificado da influenza, velha conhecida da medicina. Por isso vai demorar a vacina do corona. Agora, imaginem, se no tempo da H1N1, existissem tantas pessoas quanto hoje nas redes sociais, o barulho que iriam causar. Tudo que ajuda também pode prejudicar. Esse é o carma da humanidade. Os antigos, especialmente os orientais, já falavam isso.
MINHA visão sobre o tempo que estamos vivendo é que, tanto os médicos quanto os agentes de comunicação, estão vendo a doença com binóculos, com pouca ou nenhuma visão lateral, do conjunto. Para complicar, ninguém abre mão das suas crenças. Mesmo se o vírus recombinar, estarão vendo o original de fábrica e não carro depois de ter rodado bastante.
ISSO pode desencadear uma visão esquizofrênica do drama e do seu ator principal. Por mais zilhões de modelos matemáticos que usem, nenhum deles utiliza o imponderável na equação. E nem poderiam, porque aí já seria o ponderável. Em resumo, falta o conhecido não contavam com minha astúcia.
OUÇAM o que diz o médico Fernando Lucchese, diretor da Santa Casa de Porto Alegre. Dez em cada dez gaúchos sabem quem ele é.
NUNCA na sua história o Brasil viveu tempos tão esquisitos. Não só com o vírus, mas pelo comportamento ilógico da sua população. Dá para dizer que enlouquecemos de vez, e em tempo real.
PARA completar a desgraça, a Santa Inquisição está de volta. Basta não concordar com a gaiola dos loucos para ser linchado. Em breve, queimado vivo. Porque você é o coronavírus.
CASO se mantenha lúcido, tome cuidado. Em terra de cego, quem tem um olho é expulso.