Diário da peste

9 abr • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Diário da peste

SEI não se o Capitão está tão por baixo assim em termos de popularidade, apesar de pesquisa recente. Nem vou entrar no mérito, só acho que jornalista não deve brigar com a notícia – e como os há. Os trabalhos de campo previamente elaborados pelos institutos procuram um mix de classes sociais, idade, renda etc. Em geral acertam, mas quando erram são erros tão colossais que levam à unanimidade do “como é que pode?”.

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PIOR que pode. Há uma série de armadilhas e até de erros primários que levam ao desastre metodológico. Entre eles, não levar em conta os bolsões, populações inteiras que escapam dos softwares dos institutos de pesquisa. É muito comum em eleições para deputados federais e estaduais. O candidato pode não fazer muitos votos nas grandes cidades, mas obter votos pingados que o elegem. Ou ao contrário, não fazer votos aqui e acolá, mas obtê-los em bolsões.

QUESTÃO é que, no caso do Bolsonaro, é sabido que ele tem bolsões aos montes, evangélicos, classe média e alta entre outros. E cito um deles que é bem fresquinho: o Valor Econômico publicou pesquisa dos institutos Locomotiva e Favela indicando que 71% moradores de 269 favelas brasileiras não concordam com o isolamento social. Motivo óbvio: eles têm que trabalhar para sobreviver. De novo, não vou discutir o mérito, posto que é fato. Não brigo com favelas.

PRIMEIRA lebre que levantei foi ao saber da pesquisa Datafolha, que revelou a aprovação  do ministro Mandetta, com 49%. Cá com  meus botões, pensei que o porcentual deveria ser bem mais alto, porque o trabalho foi feito já na guerra civil entre ele e o presidente. Então, cadê os 61%?. A julgar pelo que vemos e lemos, Mandetta deveria ter algo como 70% a 80%.

LEITOR gaiato, mas nem tanto, comentou que metade dos 61% deveria ser de bolsonaristas e a outra metade de petistas. Tirando as jocosidades, algo há de errado nesses 49-61. Alguns diriam que é um  fenômeno. Errado. Fenômeno é um fato normal que nos escapou porque não o acompanhamos a tempo, daí a surpresa como clímax óbvio desse processo.

QUEREM ver como o jornalismo carrega nas tintas? Saiu no jornal que especialistas acharam boa a nova liberação do FGTS, mas que é insuficiente. Ai meu Jesuscristinho! Até o oitavo carregador de moringa do safári sabe que esse auxílio não cobre o buraco, e nem se propõe a tal. Especialistas do óbvio ululante abundam. Devem ser grafados entre aspas.

PENSAMENTO DO DIAS

Ovo por ovo, ainda prefiro os de galinha.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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