Dia do Jornalista
Comemorou-se ontem, dia 7, o Dia do Jornalista. Não sei se tem tanto assim a comemorar. Começando por baixo, o jornalismo impresso carece de receitas publicitárias clássicas, com desemprego cada vez maior. Catadupas de novos jornalistas, que as faculdades despejam no mercado, não têm absorção nem em tempo de vacas gordas, imagina agora. Além disso vive uma crise de identidade. Aí abre-se um leque medonho de incertezas. O que eles farão quando tiverem um canudo na mão é a dúvida.
Imagem: Freepik
Para onde vão
No Rio Grande do Sul, os novos profissionais têm pouquíssimas chances de conseguir emprego. Creio que boa parte nunca chegou a uma redação de jornal, TV ou rádio e também nunca chegará. Outros cursaram Jornalismo porque ainda existe aquela imagem romântica, ah, eu vou cobrir o conflito na Síria ou em algum terremoto de plantão. Nã-nã-ni-nã-nã. O grosso vai cobrir rotinas ou até fazer horóscopo. No máximo, produzi-lo. Eu já fiz horóscopo em priscas eras.
Mercado acabrunhado
Nem vou falar no nível salarial, com as raras e honrosas exceções. No meu Estado, o piso é menor do que o que um cobrador de ônibus urbano. Aí faz o quê? Pede demissão e vai para onde? Outro grupo abrirá assessorias de imprensa percorrendo empresas oferecendo serviços a preço vil, geralmente menor que aquele que pretende substituir – que já cobrava baixo preso. Certamente uma parte pequena se dará bem porque é diferenciada e sabe transformar limão em limonada, aproveitando mercados que brotaram da tecnologia digital.
Remadores de galé
Quando alguém me pergunta qual o futuro de um jornalista sempre digo que é igual ao de um remador de galé. A única vantagem é que eles não tinham carteira assinada.
A pré-reportagem
A data também enseja a famosa reflexão sobre como a profissão se desviou do rumo original e saiu dos trilhos. Repórter, por exemplo, não reporta mais. Emite opinião. Sai para a rua para cobrir uma pauta com sua opinião moldada, como se fosse uma caixa de sapatos. Se a realidade não cabe nela, é ela quem está errada.
Aqui se faz, aqui se paga
Do excepcional blog Chumbo Gordo do jornalista Carlos Brickmann.
“Não é a mídia esquerdista, não são sociólogos petistas enrustidos, não é pesquisa fake: é uma empresa de investimentos de excelente reputação, a XP, que contrata pesquisas para orientar investidores, que mostra nova queda na popularidade de Bolsonaro.
O presidente perdeu, em um mês, mais 2 pontos. Hoje, seu Governo é bom ou ótimo para 35% do eleitorado (eram 37%); e ruim ou péssimo para 26% (eram 24%). Para Bolsonaro, o melhor resultado da pesquisa é que 62% acham que ele representa a nova política.”
Segurança de pacientes
Um livro escrito em uma linguagem simplificada e direcionada para aqueles que buscam aprofundar o conhecimento com uma abordagem rápida, prática e multiprofissional. Essa é a proposta do Guia Prático para Segurança do Paciente, publicação que tem como uma das organizadoras a dra. Elenara Oliveira Ribas, coordenadora do projeto Saúde em Nossas Mãos, no Hospital Moinhos de Vento, e responsável técnica do Projeto Paciente Seguro.
A obra, organizada em parceria com Patrícia dos Santos Bopsin e Débora Monteiro da Silva, pode ser adquirida no link: https://bit.ly/2FRtuMT/.
Imposto de Renda
As crianças ficarão felizes, destine 3% do seu IR Devido ao Funcriança.
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