Devagar com o andor
O pacote do ministro Sérgio Moro é como um boi. Não adianta analisá-lo por fora, tem que abrir o bicho para identificar os diversos cortes. Um pacote desses precisa ser digerido com calma. Tem que ser aprovado pelo Congresso, especialistas em gerar Frankenstein.
Teses
Na entrevista coletiva em que o ministro Sérgio Moro apresentou o pacote anticrime e anticorrupção viu-se e ouviu-se de novo um dos defeitos recorrentes dos jornalistas brasileiros: teses em vez de perguntas. Um deles falou por tanto tempo que dava a impressão que estava explicando seu próprio pacote. É um dos problemas da categoria, que vai crescendo pela falta de uma bagagem cultural sólida: a falta de concisão. Deriva daí nossa mania de botar aposto até em “sim” ou “não”. Coisa que político faz muito bem, mas aí é por questão de sobrevivência.
Linguiça
No caso de suas excelências, o aposto serve para mascar a falta de conteúdo e/ou dar tempo para que o cérebro concatene algo mais sólido. Infelizmente, na maioria das vezes é apenas mais enchimento de linguiça.
Primeiro
Davi Alcolumbre é o primeiro judeu a presidir o Senado Federal. As primeiras famílias de judeus provindos do Marrocos, de origem sefaradita emigraram para a Amazônia brasileira vindos da Península Ibérica em 1824. A família do senador é muito respeitada em Macapá. Em árabe, segundo o estudioso Davi Castiel Menda, Alcolumbre significa luz, vislumbre.
Judeus sefaradis são os provenientes de Portugal, Espanha, Marrocos, Egito.
Artimanhas de criança
A senadora Kátia Abreu assemelha-se a uma dessas crianças birrentas que faz tudo para chamar a atenção dos adultos. Se não consegue, atira-se no chão, grita e esperneia com um olhar de soslaio de canto do olho para ver se conseguiu.
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