Deserto de informações

17 set • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Deserto de informações

É o que está ocorrendo em boa parte do mundo, e o Brasil não seria exceção. Com redações reduzidas para mais de metro e orçamento mais curto que coice de porco, os jornais fazem o que podem, mas amealhar informações com poucos repórteres é luta desigual. O vírus vence.

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SALVADOS DO INCÊNDIO

A campanha eleitoral. A essa altura, as editorias de política estão dando graças aos céus que a velha intrigalhada de sempre se faça presente. Campanha eleitoral é como caleidoscópio. Olha e está de um jeito, dá uma mexidinha está de outro. Neste ano, a escolha dos vices tem animado os canetinhas, repórteres.

Um novo modelo de caleidoscópio chega no mercado no segundo turno.

EFEITO VIRA E MEXE

Já os editores não estão assim tão tranquilos. O que parecia sólido se desmancha na calada da noite. Trairagens de última hora, brigalhadas, que chamávamos de lutas intestinas – tudo a ver – são comuns. É como biruta ao vento. É preciso entender que partidos são como tribos, só que com muitos caciques.

CONSELHO DOS ANCIÃOS

Não se usa mais a expressão “soldado do partido”, muito dita por alguém que quer se escalar. Em compensação, está assim de históricos que querem ser treinadores, quase sempre ex-atletas que não percebem as novas realidades. É um conselho perfeito quando dirigentes partidários também já são ex-atletas, embora ainda não tenha caído a ficha.

Dizem que as baratas surgiram há 60 milhões de anos. Desconfio que as traíras são bem anteriores a elas.

A DÚVIDA ATROZ

Já comentei aqui o fator Novo ou Velho, se o eleitor de cidades como Porto Alegre vai optar novamente por um nome novo ou escolher alguém com mais experiência. O prefeito Marchezan se elegeu por ser o Novo. Nesta tentativa de reeleição, ele será o velho. A classe média, ou boa parte dela, quer vê-lo pelas costas.

O CASTELO MEDIEVAL

A despeito da enorme onda de abrir fosso mais fundo entre esquerda e direita, a esquerda acha que agora leva. Tenho minhas dúvidas. Em Porto Alegre, a deputada Manoela D’Ávila, do PCdoB, vai tentar ser prefeita tendo um vice do PT, Miguel Rossetto. A deputada não tem perfil Novo, muito menos Rossetto.

A SAÍDA, ONDE FICA A SAÍDA?

O PT, mais apertado que rato em guampa, não tem nomes. Novos. Manoela suavizou o foice e o martelo com o brilho de aço inox, mais como objetos de decoração. Tem bom piso, mas o teto é desconhecido.

ESFINGE MODELO 2020

O eleitor está tão acostumado a usar máscara que agora serve como analogia. Neste 2020, não se sabe muito bem o que ele está pensando, em quem vai votar. Como a Esfinge da mitologia desafiava, decifra-me ou te devoro. Desafio para os previsores caipiras do tempo político.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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